A biodegradação é uma tecnologia bastante eficaz que pode ser utilizada para recuperação de áreas impactadas com petroderivados. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi investigar o potencial de Penicillium sp. (isolado de sedimentos de mangue no estado de Pernambuco) na biodegradação de óleo diesel. A identificação da espécie foi realizada pela análise das estruturas macromorfológica e micromorfológica. O estudo de biodegradação foi realizado em meio Bushnell Haas contendo o indicador redox 2,6- diclorofenol indofenol (DCPIP) e o fungo previamente aclimatado a diferentes concentrações do óleo de motor queimado. O ensaio foi incubado em condições estáticas e na ausência de luz durante 72h e a cada 24 h foi verificada a biodegradação do petroderivado por espectrofotometria UV-Vis a 600 nm. As características do fungo indicaram que o isolado é Penicillium citrinum. Na etapa de aclimatação, P. citrinum cresceu em todas as concentrações testadas do óleo de motor queimado (5, 10, 15 e 20%). Em adição, o fungo foi capaz de degradar o óleo diesel pela comprovada reação de oxi-redução indicada pela alteração da cor do indicador azul (forma oxidada) para incolor (forma reduzida). A análise espectrofotométrica verificou a ocorrência da biodegradação do óleo diesel, resultando no valor máximo (70%) após 72 h. O presente trabalho demonstra que o isolado de sedimentos de mangue foi identificado como P. citrinum e possui promissor potencial de uso em processos de biodegradação do óleo diesel em áreas impactadas.
As atividades que envolvem a utilização do petróleo e seus derivados têm sido motivo de constante preocupação pelos danos causados aos ecossistemas, devido à elevada toxicidade e difícil degradação destes compostos. Consequentemente, diversos métodos de descontaminação vêm sendo desenvolvidos, destacando-se dentre eles a biorremediação, uma técnica ecologicamente viável que visa à aplicação de micro-organismos e/ou seus produtos para remover ou degradar derivados do petróleo e minimizar os efeitos nocivos nas áreas impactadas. Neste sentido, a utilização de micro-organismos isolados do próprio ecossistema constitui uma estratégia promissória, considerando que já possuem mecanismos de resistência a essas condições ambientais adversas. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de biodegradação de petroderivados de fungos filamentosos isolados de sedimentos de mangue do Estado de Pernambuco, contaminados com o derramamento ocorrido em agosto de 2019 na costa do Nordeste brasileiro. Para isso, quatro isolados fúngicos pertencentes aos gêneros Aspergillus sp., Penicillium sp., Talaromyces sp. e Trichoderma sp. foram submetidos a aclimatação em meio Ágar Sabouraud contendo 1-20% de óleo de motor queimado, constatando-se o crescimento em todas as concentrações após 72 h. Em seguida, os micro-organismos aclimatados a 20% foram selecionados para o ensaio de biodegradação de diesel e querosene, no meio Bushnell Haas contendo o indicador redox 2,6-diclorofenol-indofenol (DCPIP), verificando-se resultados acima de 75% após 72 h. Contudo, Aspergillus sp. demonstrou o maior potencial, uma vez que alcançou 88,4% de biodegradação de ambos petroderivados. Assim, sugere-se a utilização deste micro-organismo promissor em processos de biorremediação de ecossistemas impactados por petróleo e derivados.
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