O trabalho discute alguns resultados de uma pesquisa sobre a construção colaborativa de conhecimentos nos fóruns on-line de uma disciplina de Morfologia da língua portuguesa, tendo em vista a questão específica dos papéis sociointeracionais assumidos pela professora e pelos alunos nas interações nos fóruns e discutindo a hipótese de desestabilização dos papéis tidos como próprios a um e a outro em situações educacionais. A partir da Linguística Aplicada, o faz em perspectiva interpretativista e de modo interdisciplinar, mobilizando aportes teóricos sobre fórum on-line (Montero, Watts, & Garcia-Carbonell, 2007; Cassany, 2012; Cunha, 2012), sobre o fórum como prática social (Biondo, 2015), sobre aprendizagem colaborativa on-line (Harasim, 2012), entre outros. Os resultados mostram que tanto a professora quanto os alunos assumem diversos papéis nas interações nos fóruns, por vezes de modo a manter os papéis tradicionalmente estabelecidos a cada um, por vezes de modo a desestabilizar esses papéis. Embora haja deslocamento de poderes em andamento nessa prática de construção de conhecimentos mediada pela Internet, mostra-se também muito presente a dificuldade de agência dos sujeitos no sentido de romper com estruturas sociais estabelecidas.
RESUMONeste ensaio, tenho por objetivo apresentar uma (re)leitura da polêmica a respeito do livro didático Por uma vida melhor a partir dos Novos Estudos de Letramento (NEL/NLS). Entendido letramento, nessa perspectiva, como práticas sociais situadas e sensíveis à sua articulação com as relações de poder, busco sustentar que a repercussão midiática negativa sobre o livro estaria relacionada a uma concepção de leitura, escrita e oralidade ideologicamente ligada apenas às práticas valorizadas de uso da língua e isolada dos contextos sociais em que essas práticas se inserem. Assim, em um diálogo com a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, analiso essa repercussão como o disseminar de uma "única história" sobre o livro didático em questão e procuro propor uma leitura da polêmica que considere a sua relação com algumas concepções sociais de letramento e que privilegie um conceito mais amplo do termo, capaz de recobrir também as práticas vernaculares locais. Palavras-chave: letramento; polêmica; livro didático. ABSTRACTIn this essay, I intend to present a (re)reading of a recent polemic about the texbook Por uma vida melhor according to the New Literacy Studies (NLS). Literacy, in this perspective, is understood as the social practices situated and sensible to their articulations with the relations of power. I try to support that the negative media repercussions about this book would be related to an idea of reading, writing and orality ideologically linked to the high considered practices of the use of the language and isolated from the social contexts in which these practices are placed. So, in a discussion with the Nigerian writer Chimamanda Ngozi Adichie, I analyse these repercussions as the spread of a unique history about this textbook, and I try to propose the reading of this polemic which considers the relation with * UFMS. Campo Grande (MS),
-Mato Grosso do Sul / Brasil RESUMO: Este artigo analisa a construção de significados e a (des)construção de categorias identitárias de gênero e sexualidade em práticas de letramento, em comunidades do facebook. Oriento-me por pressupostos da teoria da performatividade dos gêneros e da teoria Queer, buscando discutir comentários de dois posts que abordam violências sofridas por seres humanos, encontrados em uma comunidade feminista e uma anti-homofóbica do facebook. Nesses comentários, é possível encontrar a convivência de significados mais ou menos tradicionais, subversivos e/ou transgressores sobre gênero e sexualidade, configurando um movimento multidirecional que, de certa forma, demarca a transgressão de valores acontecendo no espaço fronteiriço em que se apresenta nessas comunidades. A partir da hibridização e da mistura de categorias e vozes em processo, acredito ser possível (re)pensar as forças atuantes na configuração do sofrimento humano, especialmente no que diz respeito ao sofrimento relacionado a questões de gênero e sexualidade, evidenciado neste texto. PALAVRAS-CHAVE: Letramento Digital; Gênero; Sexualidade; Ativismo.ABSTRACT: This article analyzes the construction of meanings and the (de) construction of identity categories of gender and sexuality in literacy practices in Facebook communities. This work is guided by the performative theory of gender and queer theory, and discusses commentaries of two posted messages dealing with violence against human beings in a feminist community and in an anti-homophobic community. In these comments, one can find an interaction http://dx
O artigo apresenta alguns resultados de pesquisa sobre a construção colaborativa de conhecimentoslinguísticos mediada por fórum digital. A partir da Linguística Aplicada, mobiliza aportes teóricos sobre fórumonline (MANTOVANI et al., 2010; CASSANY, 2012), aprendizagem colaborativa (HARASIM, 2012) e práticasocial (RECKWITZ, 2002; NICOLINI, 2009), buscando mostrar que construir conhecimentos de modocolaborativo em fórum online é uma prática ligada às ações de participar, interagir e mediar (açõescolaborativas) e argumentando que tais ações se desenvolvem de modo interdependente às fases daaprendizagem colaborativa online (geração de ideias, organização de ideias e convergência intelectual).
RESUMO: O trabalho tematiza a questão das relações entre ideologias de gênero e ideologias de língua(gem), de modo a problematizar a hipótese de convergências entre hegemonias linguísticas e a ordem hegemônica de gênero, fixada pela tradição etnocêntrica ocidental. A partir de exemplos de duas comunidades ativistas feministas da rede social Facebook, investigadas desde 2013 em um estudo etnográfico virtual, o trabalho focaliza a função metapragmática exercida por comentários de participantes dessas comunidades. Orienta-se pela compreensão da linguagem como ação social (BAUMAN; BRIGGS, 1990), pelos conceitos de “ideologia de linguagem” (WOOLARD, 1998), de “conflito discursivo” (BRIGGS, 1996) e de “ataque metapragmático” (JACQUEMET, 1994) e pela apreensão dos processos de construção de identidades em suas relações com as disputas de poder e controle na interação e no mundo social (SIGNORINI, 1998; MOITA LOPES, 2010). Nesses espaços-tempos, as hegemonias de gênero/sexualidade e as hegemonias linguísticas aparecem interligadas, atendendo aos propósitos de (des)credibilização de argumentos, (não) preservação da face e (re)orientação das interações. Isso ocorre sobretudo nas tentativas de normatização do uso da língua(gem), que invocam um modelo cultural escolarizado e estabelecem relação entre esse modelo e a capacidade dos sujeitos de compreensão das questões em discussão, sobre gênero e sexualidade.
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