Recentemente, a procura por um corpo visto como “ideal” tem gerado uma constante preocupação com os aspectos nutricionais. O comportamento obsessivo por uma dieta dita como saudável pode trazer riscos para a saúde do indivíduo, tanto no âmbito biológico quanto social. Esse padrão nutricional compulsivo tem sido denominado ortorexia nervosa, cujas características e implicações ainda são debatidas. Especula-se se há alguma relação entre a prática regular de exercício físico e o desenvolvimento de um comportamento ortoréxico. O conceito é recente, porém, as implicações desse comportamento em relação à saúde e qualidade de vida apontam para a importância de estudos que conduzam à compreensão do quadro clínico. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo pesquisar os estudos já existentes sobre a ortorexia nervosa e as suas relações com o exercício físico. Utilizando as palavras-chave ortorexia e exercício e seus correspondentes em inglês, foram acessados 16 textos no google acadêmico e PubMed. Há consenso que o comportamento alimentar obsessivo pode trazer variáveis consequências físicas, psíquicas e sociais ao indivíduo. Alguns estudos relacionando ortorexia e exercício, discutem a associação dos comportamentos a objetivos de perda de peso e insatisfação com a imagem corporal e outros discutem esses quadros associados a necessidades atléticas e competitivas. Entretanto, por ser um conceito recente, os estudos a respeito da ortorexia nervosa ainda são escassos e mostram aspectos e conclusões diferentes. Por não haver um consenso entre os pesquisadores sobre a etiologia, os critérios diagnósticos, a sintomatologia e as formas de tratamento desse distúrbio, novas pesquisas são necessárias. Esta revisão aponta, além da carência de estudos na área, uma limitação das ferramentas de diagnóstico existentes para a identificação da ortorexia nervosa, bem como, das suas possíveis relações com a prática de exercícios físicos.