O presente artigo propõe uma reflexão sobre processos miméticos que envolvem a atribuição do status de artista a agentes tecnológicos seja emulando o gesto artístico – quando robôs simulam a prática de pintura e desenho – ou assumindo personas criadoras – quando artistas criam personas supostamente com algum poder de criação disseminando--as através das redes digitais. Estas propostas ocupam-se de uma desmitificação crítica do fazer artístico, questionando a figura emblemática do criador ou o seu discurso. Em proximidade a estas reflexões, temos a experimentação de Mimo Steim, onde um suposto artista tecnológico baseado em Linguagem de Marcação de Inteligência Artificial (AIML) conversa com visitantes na web.
Este artigo propõe uma reflexão em torno das dinâmicas de conversação eletrônica presentes em trabalhos de arte e tecnologia. Estas produções possuem sistemas que respondem a sentenças de seus interlocutores com proposições inteligíveis, dentro da ideia de uma linguagem natural, imitando uma conversa entre humanos. Essa conversação pode ser por texto ou mesmo por voz, quando o sistema possui recursos de reconhecimento de fala. Quando fruídos estes trabalhos revelam um interessante fenômeno, chamado de "Efeito Eliza": a tendência humana de antropomorfizar os dispositivos tecnológicos, lendo comportamentos e respostas como resultados de uma "emoção humana" ainda que estes sejam apenas resultados aleatórios, repetitivos ou mesmo vazios de sentido. A denominação remete ao programa Eliza, apresentado em 1966 pelo cientista da computação alemão Joseph Weizenbaum nos Estados Unidos, que viria a ser um dos programas de Inteligência Artificial mais conhecidos do mundo. Do ponto de vista técnico, alguns destes trabalhos se aproximam muito da engenharia dos chatbots-robôs de conversação-que atualmente são bastante comuns na rede Internet para fins educacionais, comerciais ou mesmo, de entretenimento, como um "amigo virtual". Neste contexto, é apresentada uma suposta teleperformance, capitaneada por um "artista tecnológico" chamado Mimo Steim. O artista estaria por tempo indeterminado isolado de todo contato pessoal, assumindo um grau máximo de midiatização de suas relações e propondo atuar tal como uma máquina em seus bate-papos via web. Assim como outras incursões do gênero, a ação envolve o potencial relacional de sistemas de conversação eletrônica em trabalhos de arte e tecnologia. PALAVRAS-CHAVE: Chatbots. Conversação eletrônica. Web arte. Internet. Em 1966, o cientista da computação alemão Joseph Weizenbaum apresentou um programa chamado Eliza, desenvolvido no Massachusetts Institute of Technology (MIT) nos Estados Unidos, que viria a ser um dos programas de Inteligência Artificial mais conhecidos do mundo. O nome do programa foi inspirado na personagem Eliza Doolittle da peça Pigmaleão de George Bernard Shaw. A peça, que é inspirada no mito de Pigmaleão, por sua vez, inspira também o filme My Fair Lady (EUA, 1964), um dos mais populares musicais norte-americanos do século XX. Eliza foi um robô construído com o intuito de imitar um psicanalista em uma conversa com um paciente, instigando o analisado com questões a partir de palavras de suas próprias colocações. Essa prática seguiria os princípios de Carl
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