Este artigo enfoca a Educação Ambiental Interdisciplinar como um dos instrumentos indispensáveis para compreensão das relações entre as comunidades ribeirinhas paraenses e a natureza, no seu exercício da cidadania, tendo como objetivo discutir como os ribeirinhos da Comunidade do Furo Conceição, localizada na Ilha das Onças, Barcarena, Pará representam as suas relações sociais com os recursos hídricos e seus impactos, considerando a escola local como propulsora de iniciativa de práticas pedagógicas curriculares sustentáveis. Assim, desenvolveu-se um projeto de sensibilização da comunidade para uma postura de responsabilidade socioambiental, incluindo alunos do 1º ao 4º ano do Ensino Fundamental de classe multisseriada. Nesse contexto, buscou-se como base metodológica o estudo de caso, compreendendo a realidade em profundidade (social, econômico e ambiental) da comunidade do Furo Conceição.
Este artigo registra o processo de reivindicações e debates no contexto da construção de um novo ideal de educação emancipatória, no bojo da ressignificação do currículo diferenciado e na busca de alternativas centradas na cultura lúdica, como ferramentas de aprendizagem nas escolas indígenas. O estudo discute politicamente as lutas pelos seus direitos, representando, assim, uma proposta pedagógica que envolve a implementação do currículo, o calendário escolar e a valorização da língua materna Tembé. A pesquisa desenvolve-se a partir de relatos feitos durante as sessões especiais em audiências públicas realizadas em Belém do Pará, no período de 2017 a 2020, apresentando como referencial as discussões coletivas nas aldeias indígenas de São Pedro e de Frasqueira, localizadas na Terra Indígena Alto Rio Guamá (TIARG). Os resultados desse estudo demonstram, apesar de todos os avanços nos documentos oficiais, que a constituição propõe, além das audiências públicas, que ainda não é suficiente a aplicação de todo seu potencial na educação escolar indígena. Faz-se necessário uma discussão sobre os desafios sobre as múltiplas realidades que coexistem nesse ambiente, para que se estabeleçam efetivamente as políticas públicas nas escolas indígenas.
PALAVRAS-CHAVE: Saber Tradicional. Resistência. Currículo. Interculturalidade. Lúdico.
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