Este artigo tem como objetivo descrever e analisar alguns dados de um projeto de extensão e pesquisa intitulado As narrativas de si e os efeitos das políticas de ações afirmativas para cotistas e africanos. Temos como questões centrais do nosso trabalho as seguintes indagações: O que dizem os estudantes cotistas e não cotistas sobre as cotas? O que pensam os diversos grupos africanos que estão na universidade sobre as cotas e a vivência como educandos em Alagoas? Em termos metodológicos, utilizamos de alguns procedimentos e instrumentos próprios da pesquisa-ação para criarmos nossos processos de diagnóstico e intervenção social. Conclui-se, após a investigação, que as políticas de ações afirmativas na universidade devem ser objeto de debate constante seja na academia, seja na sociedade. Há um desconhecimento por parte dos cotistas, não cotistas e africanos sobre as questões das cotas com recorte racial e sobre as políticas de ações afirmativas como conquistas coletivas e direitos humanos de caráter sócio-histórico.
RESUMO Este artigo é um desdobramento de uma pesquisa maior, cuja finalidade foi de compreender os efeitos da implementação das cotas raciais nos cursos de Direito e Medicina da Universidade Federal de Alagoas. As reflexões aqui delineadas, a partir da política de cotas raciais, percorrem os caminhos de questionamentos das relações raciais brasileiras (QUEIROZ, 2001), forjadas a partir de um discurso entre a democracia racial, a negação do racismo e a meritocracia, como elementos que interrogam desde a sua implementação e a sua continuidade. Para tanto, relatos dos estudantes cotistas e não cotistas foram captados por meio de entrevistas semiestruturadas com o objetivo de alcançar as experiências desta política em dois cursos de maior prestígio na academia. Compreendemos a política de cotas como um instrumento necessário, ainda hoje, para a promoção da população negra ao acesso ao ensino superior brasileiro, cuja marca de exclusão tem na raça e no racismo como fatores interpretativos. Porém, a permanência dos estudantes cotistas nesse espaço tem assinalado práticas de discriminação racial. Os estudantes cotistas, desse modo, têm encontrado maiores dificuldades de permanecer em seus cursos, vistos como diferentes, cujas capacidades intelectuais são colocadas em xeque, devido ao acesso à universidade via cotas raciais.
O presente texto parte de reflexões coletivas desenvolvidas ao longo dos debates e estudos operados no componente curricular denominado “Epistemologias Decoloniais” sendo este ofertado pelo Programa de Pós-graduação em Educação – PPGE/UFAL no período 2020.2. Envolto de inúmeras tensões, polêmicas e ainda visto como um tema pouco discutido na educação e formação de professores, a decolonialidade ou teorias decoloniais inflamam uma urgência de determinadas categorias que visam uma compreensão a partir da história dos oprimidos e colonizados, um reconto e um lugar outro no mundo. Transpassado por um referencial composto por autores e autoras como Walter Mignolo, Catherine Walsh, Frantz Fanon, Nilma Lino Gomes, José Bernardino-Costa e Ramón Grosfoguel, a proposta das tessituras aqui apresentadas são de tentar desvelar as relações epistêmicas e os objetivos formativos que os cursos de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas – UFAL apresentam em seus currículos, no que tange à área da Educação Infantil para a formação inicial.
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