Este artículo explora el papel del sonido y la escucha en la experiencia cotidiana de transitar el espacio urbano desde la ceguera. Para ello, se presenta una etnografía sonora en la que se entremezclan registros sonoros, imágenes e interpretaciones antropológicas escritas, producidos a partir de una caminata junto a una persona ciega. Se abordan así las relaciones entre la experiencia urbana, la materialidad de la ciudad y los desplazamientos realizados desde la sensorialidad ciega, proponiendo la posibilidad de que los estudios urbanos incorporen una sensibilidad etnográfica alternativa a lo visual. El trabajo parte de una breve contextualización de la investigación, continúa con una conceptualización sobre la metodología de la etnografía sonora, y luego da paso al análisis sobre las sensorialidades ciegas en el tránsito urbano y la relación entre Estado, ciudad y ceguera en la producción de una ciudad accesible.
O transporte subterrâneo da cidade de Buenos Aires –coloquialmente chamado subte– conta com seis linhas com rotas distintas, com possibilidade de combinações entre elas. Esses túneis que se estendem abaixo de Buenos Aires abrem uma série de espaços por onde as pessoas se transitam diariamente. Escadas, elevadores, corredores, estações, plataformas, pisos e mezaninos. E, claro, os vagões do metrô. Trânsito dentro e entre esses espaços, implica que o corpo se torna o centro móvel de uma diversidade de músicas executadas por artistas de rua[1].No metrô de Buenos Aires há uma série de músicos difíceis de encontrar em outras rotas de transporte da América Latina. Historicamente, houve uma abertura cultural que permitiu que a música de rua se tornasse um trabalho, transformando os espaços públicos em cenários emergentes com sonoridades tão diversos quanto cada sujeito que os compõe.Neste ensaio sonoro é colocada em primeiro plano a música com a qual os artistas de rua compor parte dos sonoridades subterrâneas. Os registros foram realizados em outubro de 2017, junho e setembro de 2018, nas linhas A, B, D e H, no âmbito de uma investigação antropológica[2]. O áudio resultante é uma composição que nos leva por um possível –e incompleto– passeio de gêneros e instrumentação audível em uma viagem pela cidade. Ao mesmo tempo, fica evidente como a prática musical nessa área interage com outros sons: passos, vozes, alto-falantes, chocalho, gritos, sinais sonoros, portas, buzinas, máquinas, velocidade, outras músicas.Quando um músico ou uma música está prestes a tocar uma canção, ele sabe que o público do metrô não está lá para ouvi-la. Por isso, a performance geralmente começa com uma apresentação e termina com uma saudação e agradecimento enquanto o gorra[3] é passado, onde os viajantes remuneram se o considerarem. Uma construção momentânea de empatia opera ao longo desta performance, com a qual os músicos de rua buscam três atitudes do público cativo: escuta, aplauso, colaboração. Em cada canção executada, diferentes níveis de música de rua são colocados em jogo, sintetizados na trajetória e na identidade do intérprete, na escuta do outro em quem se busca a reciprocidade e na estética do viagem urbano.É interessante notar, então, como a prática da música de rua mescla elementos de duas esferas que muitas vezes se apresentam como opostas: arte e trabalho. A frase que dá título a este ensaio me foi contada por uma mulher enquanto esperávamos o metrô. Responde ao facto de em 2018 ter sido promovida a reforma de uma lei que classificava a música de rua como ruído incômodo e, como tal, crime. Vários grupos de artistas de rua protestaram contra isso, com o lema de que a arte de rua não é um crime (el arte callejero no es delito).Convido você a ouvir um pouco da música que inunda os espaços subterrâneos de Buenos Aires. Se puder, ouça com fones de ouvido e, se tiver vontade, bata palmas.[1] Foi assim, pelo menos, até antes da pandemia de COVID-19, que hoje mudou vários aspectos das relações urbanas.[2] Com base nesta pesquisa, escrevemos dois artigos (Petit e Potenza 2019a; 2019b) nos quais exploramos a rede de relações entre esses artistas e trabalhadores com o ambiente sensível, social e político em que desenvolvem suas práticas.[3] A gorra é o que os músicos têm para que os passageiros contribuam monetariamente. Pode muito bem ser o boné ou também uma mochila, a caixa de instrumentos ou uma bolsa para esse fim.
En este texto analizo el conflicto de 2018 entre artistas y el Gobierno de la Ciudad de Buenos Aires, a partir de una reforma en el Código Contravencional donde la música callejera era definida como un ruido molesto. Me concentro en algunas contradicciones registradas en el trabajo etnográfico, en las que el gobierno muestra una valoración ambigua por la música callejera. Como hipótesis, sostengo que el uso del argumento de los ruidos molestos por parte de los sistemas de poder funciona como una categoría lo suficientemente amplia como para proscribir y sancionar aquellas prácticas que se escapan del control estatal. El texto está ordenado en torno a cómo se ha definido el ruido en Buenos Aires, luego se realiza un abordaje de la música callejera en la ciudad y, finalmente, se abordan las contradicciones que permiten concluir que a través del ruido se busca controlar y reducir una práctica social, artística, histórica y pública a su aspecto acústico.
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