O presente ensaio tem por intento refletir sobre as relações intersubjetivas e intrassubjetivas do morar, analisando as dicotomias de gênero, sob a égide interdisciplinar, destacando a contribuição da Arquitetura – a partir de uma Teoria da Casa, associada à teoria psicanalítica –, bem como do Direito e do Serviço Social, através da discussão das políticas públicas voltadas para o combate da violência de gênero no âmbito doméstico e das garantias constitucionais. A problemática parte de dois pressupostos, o primeiro é a metáfora freudiana de que a Casa é o sucedâneo do útero materno e, portanto, configura-se – mais do que um abrigo – um lugar de “amparo”. O segundo reporta à desigualdade de gênero no acesso à moradia digna – adotando como centro referencial o (des)amparo freudiano – que se constata, sobretudo, a partir da violência doméstica contra a mulher. Para tal, o ensaio adota um caráter teórico e qualitativo, nutrindo-se de fontes bibliográficas e doutrinárias.
As religiões assumem papel de destaque frente à formação cultural da sociedade, influenciando na forma do humano se relacionar com o espaço. Desse modo, estudar o espaço urbano considerando a perspectiva do Sagrado possibilita um entendimento particularizado da cidade. O presente trabalho constitui um recorte da dissertação do autor, desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Piauí em 2018, cujo escopo investigativo recaiu sobre a análise das formas de territorialização da religião na cidade de Teresina-PI. Para o artigo, adotou-se como recorte a Missa da Misericórdia, evento católico semanal de forte apelo popular. Destaca-se que, apesar desta celebração ocorrer na circunscrição da Igreja católica, sua territorialidade e seu ethos assumem peculiaridades com relação ao território regular da paróquia. Nesse sentido, objetiva-se compreender a territorialidade sagrada erigida em torno da Missa da Misericórdia. Ancorada epistemologicamente na seara da Geografia da Religião, a pesquisa, de caráter qualitativo, adotou a etnografia como método, a partir do modelo de Geertz (2015) voltado para a descrição densa do fenômeno. Para a interpretação dos dados, buscou-se ancoragem na análise de conteúdo (Bardin, 1977).
O ensaio busca discutir a relação entre o espaço arquitetônico, o homem e o sagrado no Candomblé, a fim de compreender o papel assumido pela arquitetura nesta tríade. O artigo é produto da pesquisa de doutorado do autor, ainda em curso, desenvolvida no âmbito interdisciplinar da arquitetura e antropologia afro-brasileira. Por ter sido elaborado antes da pesquisa de campo, baseia-se no marco teórico levantado, adotando, como perspectiva epistemológica, o diálogo entre a filosofia ocidental, a partir de uma leitura de Heidegger, e a filosofia nagô, sistematizada por Muniz Sodré. O ensaio intenta contribuir com os estudos afro-brasileiros na Arquitetura, discutindo o terreiro de candomblé enquanto objeto legítimo desta área do conhecimento, uma abertura para a alteridade, além do racionalismo ocidental.
A relação quase ontológica entre arquitetura e sagrado conduz a reflexões, no âmbito da teoria da arquitetura, acerca da relação empreendida entre homem, espaço e sagrado. Diante disso, este artigo, que integra a tese de doutoramento do autor, volveu o olhar para o período da Antiguidade Clássica, base da filosofia e da arquitetura ocidental, e buscou compreender o trinômio humano, espaço e sagrado nesse contexto. Para tal, partindo de uma revisão bibliográfica, construindo analogias, foram investigados os cultos domésticos e coletivos na Grécia e na Roma antiga, destacando, sobretudo, os efeitos no espaço produzido. O trabalho é um recorte da tese de doutorado do autor, em andamento.
O ensaio tem como proposta refletir acerca da importância da moradia digna para as comunidades quilombolas, levando-se em consideração as ancestralidades que compõe suas memórias, histórias, culturas, hábitos, costumes, fazeres como uma dimensão fundamental de suas identidades. Para tal, o simbolismo da casa e seu papel na construção subjetiva dos sujeitos que nela habitam fazem parte desse patrimônio e de suas essências. Interseccionando com a temática patrimonial, elege-se como objeto empírico a arquitetura tradicional dos quilombolas da Volta do Campo Grande, comunidade situada na cidade de Campinas do Piauí. Apresenta-se como problema de pesquisa, o questionamento: Quais os elementos materiais e imateriais implicados no processo de identificação dos quilombolas da Volta do Campo Grande com suas habitações? Compõem os procedimentos metodológicos, estudos bibliográficos e documentais, observação direta, entrevistas e fotografia. Para alguns quilombolas da comunidade estudada, a pedra, dentre outras funções – estruturais e estéticas –, exerce o papel de invólucro simbólico da memória. Desta forma, a casa que pode ser considerada o espaço da alma é também o meio pelo qual os sujeitos podem se reconhecer.
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