On April 2009, the World Health Organization declared a global pandemic alert as a consequence of the appearance of a new influenza virus, named 'Influenza A, H1N1'. In Portugal, media coverage on this disease was intense. However, as the number of deaths within Influenza A patients turned out to be much lower than the foreseen statistics of national authorities, the hypothesis of a 'media pandemic' was suggested by national opinion makers. Looking for a better understanding of the phenomenon, we conducted a study on media coverage and news sources on Influenza A in Portugal. The study of news sources on health issues is a way of understanding health information and it has been a neglected area on Health Communication. This investigation stood on the examination of 655 articles of three national newspapers, with distinct editorial criteria. The analysis considered six variables: number of sources, geographic location, genre, identification, status, and medical expertise. This task followed a quantitative methodology. The findings confirmed previous noticed trends on health information research: the power of official sources, the complexity of access to medical sources, and the lasting misunderstandings between journalists and the medical community.
Resumo:A saúde é um campo que tem merecido um progressivo cuidado da comunicação. Os seus promotores já perceberam que há aí uma dimensão comunicativa a que importa atender, e os jornalistas sabem que os seus públicos concedem particular atenção a esta temática. Ora, neste contexto, importa conhecer como é que este campo se vem tornando cada vez mais notícia. Neste artigo estuda-se a mediatização da saúde feita em três jornais portugueses (Expresso, Público e Jornal de Notícias) publicados entre 2008 e 2010, o que implica a análise de 4415 artigos noticiosos. Quisemos, com este trabalho, conhecer os temas e os protagonistas da informação, as doenças mais noticiadas, a geografia dos acontecimentos, o género jornalístico mais comum e as imprecisões encontradas nos conteúdos informativos. O resultado é uma visão panorâ-mica da informação jornalística sobre a saúde em Portugal.Palavras-chave: comunicação em saúde, jornalismo, imprensa, tematização, fontes de informação. IntroduçãoTal como é relatado para outros países (Springston & Larisey, 2005), o campo da informação sobre saúde em Portugal é controverso, pairando um sentimento de insatisfação entre os agentes envolvidos. O processo de produção informativa, que envolve meios de comunicação social, organizações e indivíduos, é considerado frágil e pouco preparado para responder às necessidades da sociedade. As organizações de saúde culpam os média pela situação e argumentam que estes são pouco cuidadosos com os conteúdos
O vírus SARS-CoV-2 foi detetado pela primeira vez em Portugal a 2 de março de 2020. De 18 de março a 2 de maio, o país viveu em confinamento, sob estado de emergência, sempre reportado pelos media noticiosos, que assumiram claramente uma orientação dos cidadãos, procurando constituir-se como uma frente de combate à pandemia. A velocidade do vírus intensifica-se, a noticiabilidade diminui, mas o jornalismo vai sempre dando destaque à Covid-19. A cobertura noticiosa da pandemia provocada pelo SARS-CoV 2 foi ocasião para alguns sinais de mudança no jornalismo? Esta é a pergunta que conduzirá um inquérito feito à classe jornalística e uma análise à imprensa diária, que envolveu o estudo de 2933 textos noticiosos e 6350 fontes de informação. Os resultados dessa investigação salientam mudanças que levam a pensar numa alteração substancial dos processos de seleção das fontes de informação, o que pode contribuir para um reajustamento do espaço público jornalístico.
As fontes de informação jornalística são um vetor central para avaliar a qualidade do jornalismo e a vitalidade do espaço público que vamos construindo através dos media. Constituindo-se como centro do campo disciplinar na Sociologia das Fontes Jornalísticas, as fontes permitem um estudo dos conteúdos jornalísticos a montante, durante e a jusante de todo o processo de construção noticioso. Em qualquer um dos pontos que assente a investigação, exige-se uma compreensão clara e profunda daqueles/daquilo que é citado nos textos noticiosos. Para isso, são necessários instrumentos analíticos completos e de simples aplicação àquilo que se pretende estudar. Ainda que a literatura das ciências da comunicação nos devolva algumas tipificações que agrupam variáveis de análise, não há um modelo taxonómico que permita uma classificação algo exaustiva das fontes citadas nos textos jornalísticos. É uma proposta para esse modelo que aqui apresentamos.
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