O objetivo deste artigo é analisar as principais obras escritas por historiadores chilenos sobre o período da ditadura militar do Chile (1973 - 1990) e identificar como a elaboração dessas narrativas sobre trauma, memória e esquecimento deixou marcas na escrita da História do país. Para isso, pensamos a produção historiográfica chilena delimitada em quatro etapas, nas quais buscamos destacar os principais autores de cada recorte proposto, bem como seus lugares de produção. Na primeira oferecemos uma contextualização com nossa leitura dos eventos que levaram ao golpe, de forma a fazer um quadro mais claro sobre acontecimentos mencionados pelos historiadores analisados e tentar demonstrar que o entrecruzamento do contexto com as narrativas produzidas não estão imunes às disputas de memória do passado narrado. Desse modo, apresentaremos três acontecimentos que consideramos decisivos para algumas mudanças metodológicas da historiografia chilena: o golpe militar e sua extensão, a vitória da Concertação e sua versão equilibrada do golpe e a detenção de Pinochet em Londres. O eixo de análise, portanto, é apresentar como a urgência do “dever de memória” sobre o passado traumático chileno ecoou estão nos trabalhos dos historiadores chilenos, especialmente no que diz respeito à abordagem estrutural, ao enfoque sobre a verdade, à função social da história e à justiça.
Neste artigo, refletimos sobre como alguns cineastas tem retratado o passado recente das ditaduras militares em seus filmes. Abordaremos o tema a partir de um recorte bastante comum adotado por alguns filmes: a estratégia discursiva de montar filmes a partir do olhar de protagonistas crianças. Para isso analisaremos os filmes recentes: “Kamchatka” (Marcelo Piñeyro, Argentina, 2002), “Machuca” (Andrés Wood, Chile, 2004) e “O ano que meus pais saíram de férias” (Cao Hamburguer, Brasil, 2006). Verificaremos como, ao lidar com “passados doloridos”, com um objeto ainda quente, o olhar infantil enreda a narrativa em uma aura de inocência perdida e de fim de ilusões infantis por meio de uma experiência traumática. E o trauma pessoal passa a ser a metonímia (muitas vezes autobiográfica) daquilo que é visto como um trauma coletivo. Palavras-Chave: Ditadura, América Latina, Memória, Cinema, Infância
Resumo Nos últimos vinte cinco anos, nos países do Cone Sul, o debate sobre as formas de recordação sobre o passado ditatorial incluiu um vasto processo de memorialização caracterizado pela construção de espaços museológicos que recordam as violações dos direitos humanos perpetrados pela ditadura civil-militar. Grande parte da revitalização e construção desses espaços foi liderada por alguns setores da sociedade civil, que ergueram monumentos e memoriais em homenagem às vítimas, e também recuperaram antigos centros de tortura transformando-os em espaços museológicos. Nesse contexto marcado por conflitos e negociações, o patrimônio assume diversas formas e funções, ora é configurado como prolongamento do poder e violência, ora como representação de um caminho de reparação e reconciliação. Buscando compreender o movimento de mobilização desse passado no presente, este artigo pretende fazer uma análise da obra Geometría de la conciencia, de Alfredo Jaar, e da exposição permanente do Museo de la Memoria y los Derechos Humanos, no Chile, instituição fruto da iniciativa governamental e civil, tendo como foco a análise de dois eixos específicos: a memória da repressão e o lugar das vítimas da ditadura militar chilena.
A dengue é uma doença causada por um arbovírus, este, transmitidos pela picada de artrópodes hematófagos da família Flaviviridae, como o Aedes aegypti e Aedes albopictus, sendo uma problemática para a saúde pública, uma vez que seu processo infeccioso pode cursas em casos assintomáticos, quadros graves ou até mesmo ao óbito. O presente artigo buscou descrever o perfil epidemiológico dos casos notificados de dengue no período de 2017 a 2021 no estado da Bahia. Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, observacional, executado com dados secundários da base de dados governamentais do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), relacionado ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). O número total de casos de dengue, por ano, foi estratificado de acordo com as seguintes variáveis: faixa etária; sexo; nível de escolaridade; raça e número de casos mensais por ano. Para avaliar a variação dos dados ao longo do tempo, o percentual foi calculado entre os anos, aplicando a seguinte fórmula: [(valor do ano seguinte – valor do ano anterior) / valor do ano anterior] ×100, para identificar a estabilidade, aumento ou diminuição da taxa de incidência. No período de 2017 a 2021 foram notificados 259.542 casos de dengue no estado da Bahia. Destes, 107.509 (41%) foram notificados em 2020, ano com o maior número de casos. Além disso, houve maior prevalência nos seguintes grupos: mulheres (145.375; 56%), pardos (144.097; 55,5%); pessoas que têm entre 20 e 34 anos (74.801; 28,8%). Observou-se que o nível de escolaridade foi pouco notificado, o que impossibilitou uma análise mais profunda. No mais, o primeiro semestre dos anos mostrou-se como o período com maior número de notificações (197.437; 76%). Em suma, o estudo apontou uma alta incidência de casos de dengue na Bahia, fato que suscita a necessidade de ações individuais e de setores de saúde pública para a prevenção e controle da arbovirose.
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