Este artigo discute o processo de envelhecimento na contemporaneidade ocidental a partir de uma pesquisa fenomenológica realizada com sujeitos colaboradores que se encontram na fase da maturidade. Os resultados apontam para a compreensão do envelhecimento como uma experiência ambígua e também estigmatizada, na medida em que se traduz na identificação com um estereótipo negativo e com a recusa de ser portador de uma marca que inferioriza ou exclui: ser velho. Envelhecer num cenário marcado pelo culto à juventude e à beleza, que impõe um padrão estético como ideal a ser conquistado por todos, transforma essa experiência, que é um fenômeno biológico “inevitável”, em um fenômeno cultural da ordem do “indesejável”.
Este artigo busca revelar os significados da experiência de adoecer numa perspectiva mundana, isto é, a partir da noção de que a vida humana, e conseqüentemente a doença, encontra-se implicada no mundo sensível, na história e na cultura. Através de um trabalho de campo, realizado no Serviço de Fisioterapia do Núcleo de Atenção Médica Integrada da Universidade de Fortaleza, no qual se combinou a utilização dos métodos etnográfico e fenomenológico, buscou-se a superação da compreensão unicamente biológica do adoecer humano, enfocando o mundo da experiência vivida como campo privilegiado de revelações de sentido do estar doente. Os resultados mostram que o adoecer é uma vivência de despotencialização e exclusão social, mas que pode ser também uma oportunidade de revisão da vida, bem como de obter ganhos secundários.
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