O objetivo foi analisar as percepções dos estudantes do Ensino Médio em relação ao ensino de Biologia. A pesquisa contou com a participação de 147 alunos de uma escola pública localizada no norte do Espírito Santo. Os dados foram obtidos através de questionário semiestruturado. Observou-se que a disciplina de Biologia é apreciada por 56,8% dos estudantes devido ao interesse em conhecer os seres vivos, porém considerada complicada por apresentar termos complexos e não se sentirem estimulados pela didática do professor. Os conteúdos de maior interesse pelos alunos na disciplina de Biologia são corpo humano, zoologia e genética e os de menor são células e plantas; e os recursos didáticos mais utilizados são aparelho multimídia, quadro branco e livro didático, porém os estudantes afirmaram que gostariam que as aulas de Biologia tivessem cunho prático com atividades de laboratório, uso de microscópio, aula de campo e visita a museus. Conclui-se que a biologia, apesar de ser apreciada pela maior parte dos estudantes, seu ensino ainda se encontra limitado pelo tradicionalismo metodológico e conceitual, carecendo de práticas que valorizam o conhecimento científico e a contextualização dos saberes com o cotidiano do aluno.

Esta pesquisa busca identificar as tendências dos temas das monografias apresentadas pelos licenciandos em Química do Centro Universitário Norte do Espírito Santo, campus da Universidade Federal do Espírito Santo, entre os períodos de 2014 a 2018, analisando-as à luz da proposta de formação inicial do curso. Metodologicamente, o trabalho realizou-se por meio de análise documental, configurando-se como uma pesquisa quali-quantitativa de cunho descritivo. Para obtenção dos dados, foram analisadas 25 monografias, o Projeto Pedagógico do curso de Química, o currículo do curso e ementas das disciplinas. Os resultados apontam que 64% das monografias se enquadram na categoria de Educação em Ciências/Química com destaque para a linha temática de “processos, recursos e materiais educativos” apresentando o maior número de trabalhos produzidos. Os outros 36% são trabalhos que seguem a categoria de Pesquisa Científica na área da Química, sobressaindo a área “Química Orgânica” em quantidade de produção. Quando analisadas as tendências das monografias, verificou-se que estão alinhadas com a proposta de formação inicial previstas para o curso. Entende-se que as tendências das produções monográficas têm seus aspectos enraizados na cultura do curso e que refletem as características da formação inicial obtida pelos graduandos.

O artigo discute a relação estabelecida entre a lógica da agroecologia, orientada pela Educação do Campo, ligada à consciência ambiental versus a realidade vivenciada pelos camponeses frente ao modelo agrícola industrial. O objetivo é analisar a influência dos conhecimentos agroecológicos, orientados por uma Escola Família Agrícola (EFA) no estado do Espírito Santo, na prática do trabalho no campo de estudantes e egressos. A pesquisa, de caráter qualitativo, configura-se como estudo de caso e utiliza a entrevista semiestruturada para coleta de dados. Observou-se que a temática ambiental se encontra na centralidade das discussões e práticas educativas desde as origens da EFA, estabelecendo reflexões complexas sobre o contexto ambiental, social, político e econômico, além do incentivo à prática agroecológica de manejo agrícola que contrapõem a ideologia da agroindústria. Porém, na prática do trabalho no campo, estudantes e egressos relatam expressiva prática de manejo convencional como o uso de agrotóxico e o monocultivo de café e pimenta-do-reino. Em tal contexto, educandos e egressos desafiam a EFA na luta pela promoção de uma Educação Ambiental que gere transformação para que possam concretizar seus saberes em uma prática menos degradante e que verse a idealizada pela agroecologia.

O presente estudo relata uma atividade de intervenção desenvolvida utilizando a experiência científica universitária como ferramenta estratégica de ensino de biologia e divulgação científica. A atividade foi realizada com 20 estudantes da 2ª série do Ensino Médio de uma Escola Estadual localizada no município de São Mateus-ES e desenvolvida na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) - campus São Mateus. As visitas ocorram em 3 dias e foram realizadas nos laboratórios de ensino e pesquisa de Zoologia, Botânica, Genética, Biologia Celular, Anatomia Humana e Ecologia, além do Herbário, Coleção Zoológica e Fazenda Experimental. Os estudantes acompanharam os trabalhos técnico-científicos e pesquisas desenvolvidos nos laboratórios, conheceram as metodologias utilizadas na pesquisa científica, participaram de atividades e procedimentos técnicos de pesquisa nos laboratórios e discutiram a utilização da ciência para fins sociais. Ao término das visitas, os estudantes responderam a um questionário. Os alunos sentiram-se interessados e atraídos pelas experiências vivenciadas e apresentaram mudanças na percepção sobre Biologia. Após a visita, 89% deles afirmaram gostar mais da Biologia e compreenderem melhor qual a importância da ciência no cotidiano. Neste sentido, a realização de atividades práticas voltadas para a experiência científica contribuiu para a aprendizagem, interesse e mudança de percepção dos alunos sobre a Biologia de modo que a ciência passou a ser compreendida como uma ferramenta de formação social.

Esta pesquisa teve como objetivo investigar como a Educação Ambiental está presente nas propostas curriculares e na prática de uma Escola Família Agrícola no norte do estado do Espírito Santo. A metodologia adotada atribui à pesquisa um caráter qualitativo do tipo etnográfico utilizando-se de três procedimentos para a obtenção de dados: observação participante, análise de documentos e entrevista semiestruturada. Os documentos analisados foram Projeto Político Pedagógico, o Planejamento de Atividades Anual e o Plano de Ensino da Escola Família Agrícola. As entrevistas foram realizadas com 11 estudantes da 3ª e 4ª série do ensino médio/técnico-profissionalizante. Os resultados apontam que, dentro das propostas curriculares da Escola Família Agrícola, a Educação Ambiental se apresenta de forma indissociável das questões educacionais e cotidianas dos estudantes do campo. A temática ambiental é trabalhada dentro das diversas áreas de conhecimento escolar, disciplinas técnicas e em forma de projetos, feitas através de reflexões complexas sobre o contexto ambiental, social e político enfatizando sempre as consequências que a ação do homem gera sobre a terra no município, região e mundo. Deste modo, conclui-se que a Educação Ambiental encontra-se diluída nas propostas curriculares e na prática pedagógica da Escola Família Agrícola no norte do Espírito Santo.