RESUMO A linguagem é um complexo processo que envolve a participação e a interação de todos os seus componentes: fonologia, semântica, morfologia, sintaxe e pragmática. A aquisição e organização desses componentes estão relacionadas a capacidades internas do ser humano e também com seu ambiente. Qualquer comprometimento em um ou mais desses componentes trará conseqüências para o desenvolvimento da linguagem de maneira geral. Na Síndrome de Goldenhar diferentes comprometimentos podem afetar a capacidade do indivíduo de se comunicar. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi descrever as alterações fonoaudiológicas encontradas em uma criança portadora de Síndrome de Goldenhar e fornecer informações adicionais que possam contribuir para adequação da intervenção fonoaudiológica. A criança, do sexo feminino, 8 anos e 8 meses de idade, foi submetida à avaliação da linguagem, fala, voz, audição e motricidade oral. Foi observada alteração dos aspectos cognitivos da linguagem: noção de orientação espacial, raciocínio lógico abstrato e memória e atenção; bem como alteração da expressão e compreensão oral, de órgãos fonoarticulatórios, das funções neurovegetativas, e da audição (perda auditiva bilateral). Inúmeros casos da Síndrome de Goldenhar foram descritos na literatura. No entanto, a grande maioria destes dá ênfase à descrição das alterações genéticas e fenotípicas presentes nos indivíduos estudados. Assim, os achados fonoaudiológicos do presente estudo não podem ser generalizados para todos os portadores da Síndrome de Goldenhar, sendo este o relato de um único caso. Tais achados evidenciam a necessidade da atuação diagnóstica e interventiva do fonoaudiólogo em equipe multidisciplinar, nos quadros de síndromes genéticas.
OBJETIVO: Averiguar a associação entre a suspeita inicial de deficiência auditiva e a ausência de comunicação verbal em crianças com diagnóstico de transtornos do espectro autístico. MÉTODOS: Por meio de estudo retrospectivo, analisamos 54 anamneses de indivíduos com diagnóstico de transtornos do espectro autístico. Inicialmente, obtivemos o registro da suspeita inicial de perda auditiva, mencionada pela família. O grau de associação entre a presença de suspeita inicial de perda auditiva e o tipo de desempenho comunicativo (não verbal e verbal) foi verificado. Posteriormente, as avaliações audiológicas foram rastreadas para confirmarmos a pertinência da queixa auditiva mencionada. Para tratamento estatístico dos resultados utilizamos os Testes Qui-quadrado e Exato de Fisher. Estabeleceu-se nível de significância de 0,05. RESULTADOS: Verificamos que 62,96% dos pais de crianças autistas (verbais ou não) apresentaram a suspeita inicial de perda auditiva como primeira etiologia. A avaliação audiológica mostrou que somente 11,11% dos indivíduos com comunicação não verbal e nenhum com comunicação verbal apresentaram algum tipo de deficiência auditiva. CONCLUSÕES: O número de crianças com suspeita inicial de perda auditiva mostrou-se significativo, independente destas serem verbais ou não. Na análise da associação entre desempenho comunicativo e suspeita de prejuízos na audição, os resultados foram estatisticamente significante maiores em crianças não verbais. Esses dados nos fazem refletir sobre a importância da sensibilização dos profissionais que atuam em clínica infantil quanto à busca pelo diagnóstico diferencial entre a deficiência auditiva e os transtornos do espectro autístico.
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