A o se aproximarem as eleições para prefeito de 2008, os jornais de maior circulação do país deram destaque à escolha de candidatos nas cidades de Belo Horizonte e São Paulo. O que chamou a atenção da imprensa foram as disputas no interior dos principais partidos quanto à estratégia de coligação e quanto à indicação do candidato.O Partido dos Trabalhadores (PT) se dividiu quanto à candidatura à Prefeitura de Belo Horizonte. O diretório do partido no nível local propôs uma aliança em torno do candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB). O problema é que esta aliança incluiria o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), adversário ferrenho no nível federal. Apesar de este arranjo ser considerado a melhor estratégia no nível local, a Executiva Nacional do PT não concordou e vetou a coligação com o PSDB. O PSDB se retirou formalmente da coligação, não lançou candidato próprio, mas manteve apoio não oficial à candidatura do PSB que,
235* Este artigo apresenta alguns dos resultados de minha Tese de Doutorado. Agradeço a
The present research aims to bridge a gap in the studies of the Brazilian electoral arena. The current literature has neglected the study of party organizations and, for that reason, has neglected fundamental questions to understand how the electoral process works. In the present study we will try to answer to three questions: How do Brazilian parties work? What explains the number of parties in our party system? How does party organization
Em Londres, casas de apostas aceitam palpites para qualquer evento. Se, em 1988, alguém tivesse apostado que brasileiros elegeriam pacificamente seu presidente por sete vezes consecutivas, hoje, este cidadão estaria com toda certeza milionário. Se tivesse tido a ousadia de supor que o PT não apenas venceria como também tomaria posse sem contestações dos militares, o nosso hipotético apostador figuraria na lista da Forbes. O prêmio pago seria maior que o recebido pelo Dudu da Loteca.A atual democracia brasileira nasceu sob um clima de forte desconfiança. Para a maior parte dos analistas, as chances de que a transição desembocasse em uma democracia consolidada eram mínimas. Este era o tom geral das predições acadêmicas. Não iria dar certo. Eleições presidenciais eram uma das razões centrais para tamanho pessimismo. Diante do despreparo do eleitor, de suas carências materiais e cognitivas, dava-se como inevitável que estas fossem marcadas pela combinação de alta instabilidade e polarização. A eleição de 1989 não fez outra coisa senão reforçar esses cenários sombrios, confirmando o que todos temiam: a combinação entre populismo e radicalização.Essas crenças se mostraram infundadas. A eleição de 1989 não estabeleceu um padrão, discrepando de todas as seguintes. Desde
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