O campo da Educação Física no Brasil é relativamente recente no processo de incorporação sistemática da prática científica em seu cotidiano. Na primeira década do século XXI, ele se expande, se diversifica e se dinamiza, consolidando-se como campo acadêmico-científico com maior autonomia. Tal processo é amplo e complexo, demarcando um espaço social e forjando um habitus próprio, com a luta entre agentes e instituições em torno de capital específico e de novos objetos em disputa. Esse ensaio busca analisar esse movimento a partir do referencial teórico de Bourdieu. O poder instituído no campo e as lutas dos agentes para mantê-lo ou modificá-lo expressam-se na disputa pela construção dos conceitos e de suas representações na constituição de dois modus operandi, os quais representam uma forma de ver o próprio campo e a sua disputa para legitimá-lo, assim como na formação das novas gerações de agentes, estruturando formas de vê-lo. Neste contexto, observa-se que o modus operandi que tem impulsionado o desenvolvimento acadêmico-científico da Educação Física tem implicado no seu relativo afastamento dos debates pedagógicos.
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