Como é a fronteira Brasil-Argentina do ponto de vista de quem vive nela? O que os moradores de uma cidade da fronteira pensam sobre os moradores da cidade do outro lado? Quais as semelhanças e diferenças entre quem vive tão próximo, mas em países distintos? Esses são alguns questionamentos mobilizados pelo documentário Na Fronteira (2015) 1 , que retrata a relação entre as cidades de Uruguaiana (Rio Grande do Sul, Brasil) e Paso de Los Libres (Corrientes, Argentina), separadas-ou seriam interligadas?-por uma antiga ponte, e cujos moradores cruzam de um país a outro frequentemente. Realizado pela produtora independente Filmes de Abril e com direção de Maria Clara Escobar 2 , Na Fronteira 3 foi veiculado pelo programa Sala de Notícias 4 do canal Futura em 2015. Possui aproximadamente 12 minutos e conta com entrevistas de brasileiros e argentinos que vivenciam cotidianamente a situação de "ser da fronteira", "estar na fronteira" e o que isso implica. Neste artigo nos propomos a identificar, a partir da análise documental da cultura baseada em Williams (2003), combinada aos pressupostos da análise textual (Casetti e Chio 1999), como o documentário em questão representa as identidades da fronteira 5. 1 É válido mencionar que há uma ampla variedade de documentários contemporâneos que contemplam a temática das fronteiras do Brasil. A título de reconhecimento, citamos:
Uruguaiana e Paso de Los Libres são cidades da divisa entre Brasil e Argentina retratadas no documentário Na Fronteira (2015). No audiovisual, a relação entre elas, suas semelhanças e diferenças, é vista pela perspectiva dos habitantes da fronteira. O objetivo deste trabalho é entender como o documentário em questão representa as identidades fronteiriças, por meio da análise documental da cultura (Williams 2003) combinada à análise textual (Casetti e Chio 1999). Para tanto, revisamos as noções de cultura, representação, documentário, fronteira e identidade, e esboçamos uma forma de operacionalizar a análise documental da cultura no estudo das representações em Na Fronteira. Com a pesquisa, vimos que os sentidos apontam para a mescla cultural e integração entre os países, salientando uma identidade binacional fronteiriça, que aproxima, compartilhada entre os habitantes dos dois “lados” da divisa. Esses sentidos constituem uma alternativa à cobertura jornalística sobre fronteira, que privilegia situações de contravenção.A divisa como conexão: representações da fronteira em documentário
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