Introdução: Ao final de 2019, vários casos de infecção respiratórias de origem desconhecida surgiram na cidade de Wuhan, China, causando preocupação na comunidade científica e na população, devido a sua rápida transmissão e alto grau de mortalidade nos grupos de risco. Meses depois, a Organização Mundial de Saúde declarou o surto como emergência de saúde pública, denominando de novo coronavírus (SARS-Cov-2), conhecida mundialmente como COVID-19. Devido ao cenário imposto pelo coronavírus, ocorreu uma grande procura por estratégias farmacoterapêuticas, porém, até o momento, ainda não há protocolos estabelecidos para esta patologia. Dentre os fármacos com crescentes taxas de automedicação destaca-se a ivermectina, um agente antiparasitário que embora estudos demonstrem sua atividade in vitro, impedindo a replicação viral do SARS-Cov-2, a dose necessária para alcançar atividade antiviral em humanos é mais de cem vezes a dose usual, podendo causar efeitos tóxicos se usado de forma irracional. Objetivos: Avaliar os riscos potenciais associados ao uso indiscriminado de ivermectina na pandemia da COVID-19. Materiais e métodos: Realizou-se uma revisão de literatura de caráter descritivo nas bases de dados: SciELO, PubMed e BVS. Utilizou-se os descritores: Ivermectina “ivermectin”, COVID-19 e Uso indiscriminado “indiscriminate use” sendo combinados pelo operador booleano “AND”. Selecionou-se artigos entre os anos de 2020 e 2021, dentro dos idiomas inglês e português, de caráter descritivo, exploratório ou experimental, com conteúdo relativo ao objetivo do estudo. Estudos que não se enquadravam nesses critérios foram excluídos. Encontrou-se 426 (quatrocentos e vinte e seis) artigos sobre a temática, mas, após aplicação dos critérios de exclusão restaram-se apenas 16 artigos. Resultados: Foi possível observar que a utilização de ivermectina, de forma indiscriminada, pode causar diversos problemas, dentre os quais destacam-se: resistência bacteriana e parasitária, distúrbios gastrointestinais, fraqueza muscular, hipotensão, taquicardia e hepatite medicamentosa em pacientes com COVID-19. Conclusão: Apesar deste fármaco ocasionar diversos efeitos adversos, ainda é necessário que novos estudos acerca da avaliação da ivermectina como agente antiviral e seu efeito na COVID-19 sejam realizados pois, o mesmo, em estudos in vitro, foi capaz de impedir a replicação viral do novo coronavírus. Entretanto, ainda não existem evidências fortes acerca de seu efeito para esta patologia.
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