Os museus e centros de ciências, ao longo do tempo, enquanto espaços de educação não formal, passaram a atender a vários públicos. Neles, o papel dos mediadores mostra-se essencial para ampliar o diálogo dos visitantes com ao acervo dessas instituições. Este artigo discute os resultados de um estudo qualitativo e exploratório sobre os mediadores, investigando seu perfil, sua formação inicial e continuada, seu papel, bem como a função social dos museus. Foi aplicado um questionário ao qual responderam 27 mediadores que atuam nos quatro Centros de Ciência, de Educação e Cultura do município de Vitória/ES. A abordagem dos dados fundamentou-se na análise temática de conteúdo, conforme Blanchet e Gotman (2010). A maioria dos mediadores são estudantes bolsistas e considera seu trabalho uma experiência formativa em vez de uma atividade profissional. A oferta de formação inicial e continuada dos mediadores é pouco estruturada e acontece, em grande medida, durante o processo da mediação. Uma colaboração entre museus, escola e universidade, na formação inicial e continuada dos professores e dos mediadores, poderia contribuir tanto para a melhoria da mediação nos museus quanto para a formação dos futuros professores.
N um texto intitulado "Experiência e pobreza", publicado em 1933, mais de uma década após o término da Primeira Guerra Mundial (1914Mundial ( -1918, o pensador alemão Walter Benjamin referia-se assim ao estado de ânimo em que se encontravam, ao término daquele conflito, seus contemporâneos:...está claro que as ações da experiência estão em baixa, e isso numa geração que entre 1914 e 1918 viveu uma das mais terríveis experiências da história. Talvez isso não seja tão estranho quanto parece. Na época, já se podia notar que os combatentes tinham voltado silenciosos do campo de batalha. Mais pobres em experiências comunicáveis, e não mais ricos. (...) Uma geração que ainda fora à escola num bonde puxado por cavalos viu-se abandonada, sem teto, numa paisagem diferente em tudo, exceto nas nuvens, e em cujo centro, num campo de forças de correntes e explosões destruidoras, estava o frágil e minúsculo corpo humano. 1 * Este escrito inspirou-se em trechos de um capítulo da tese de doutorado que defendemos na Universidade Paris X Nanterre: Paris dans la littérature française des années vingt: contribution à l'histoire de la représentation, impr. e dif. Presses Universitaires de Lille, 1997 De fato, em 1914, com a eclosão da Primeira Guerra, chegava ao fim a belle époque , e começava na Europa um conflito cuja violência destrutiva fora, até então, sem precedentes na história da humanidade: mais de 8.500.000 mortos, num total de 3 milhões de hectares devastados. Com essa guerra, a civilização ocidental inaugurava um novo tipo de morte, a morte maciça, por meio da qual o homem, enquanto indivíduo, desaparecia, dando lugar apenas ao número. A própria maneira de contar os mortos testemunhava isso: "10.000 homens mortos por quilômetro", ou "x homens mortos por minuto." 2 A França, segundo país mais atingido em perdas humanas (depois da Sérbia), pagou um pesado tributo a essa guerra: 1,4 milhão de mortos e desaparecidos, ou seja, 10% da população ativa do país, 3 milhões de feridos, entre os quais 750.000 inválidos de guerra, além de 125 mil mutilados.3 Grande parte dos desaparecidos faziam parte das elites francesas, sendo o grupo dos profissionais liberais o mais atingido pelas perdas (depois dos camponeses). Muitos mobilizados eram intelectuais, professores secundários, universitários, e o número de escritores franceses mortos durante a primeira guerra é mais do que eloqüente: numa Anthologie des écrivains morts à la guerre, publicada pela Association des écrivains combattants (fundada em 1919), encontram-se repertoriados os nomes de 450 escritores mortos durante o conflito! Que sejam lembrados aqui alguns dos mais conhecidos: Alain Fournier e Charles Péguy, aos quais se deve acrescentar o do poeta Guillaume Apollinaire, falecido logo após o término da guerra, devido às sequelas de um ferimento na têmpora sofrido em 1916; acrescente-se ainda a amputação do braço de Blaise Cendrars, também ocorrida devido a um ferimento recebido no front. O passaporte de entrada para a vida adulta de escritores como Jacques Vaché, André Breton...
Nada mais original, nada mais pessoal do que alimentar-se dos outros. Mas é preciso digeri-los.O leão é feito de cordeiro assimilado. Paul Valéry N a França que saía em 1945 da Segunda Guerra Mundial, estavam banidas as regalias da imaginação em literatura. Dá conta disso o panorama da produção literária da época, no qual o existencialismo, retomando a tradição de um realismo um tanto sombrio, gozava de seus plenos direitos. O nome de Jean Paul Sartre era então venerado quase de maneira unânime, e ai de quem falasse em outro tipo de literatura, já que os existencialistas apareciam como mestres irrefutáveis dos jovens intelectuais do pós-guerra. Pois foi nesse contexto que André Pieyre de * Universidade de Rennes 2, Bretanha.
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