Resumo: No Brasil, há um limitado número de estudos sobre violência contra mulheres profissionais do sexo, tema que vem instigando pesquisadores em todo o mundo, estimulados principalmente por possíveis associações desta com o HIV. Este trabalho objetiva estimar a prevalência de violência contra mulheres profissionais do sexo, segundo natureza e perpetrador, e identificar os fatores associados. Foi realizado um estudo transversal com dados de 2.523 mulheres profissionais do sexo de dez cidades brasileiras, recrutadas pelo método respondent-driven sampling (RDS). Os resultados mostraram que a prevalência de violência verbal foi de 59,5%; violência física 38,1%; sexual 37,8%. Violência física por parceiro íntimo, 25,2%; por clientes, 11,7%. Dentre os fatores associados à violência física estão: idade < 30 anos (ORa = 2,27; IC95%: 1,56-3,29); uso de drogas (ORa = 2,02; IC95%: 1,54-2,65); valor do programa até R$ 29,00 (ORa = 1,51; IC95%: 1,07-2,13). Conclui-se que as mulheres profissionais do sexo brasileiras vivenciam uma carga desproporcional de violência. Identificar fatores de vulnerabilidade é fundamental para as intervenções que garantam direitos humanos e controle do HIV.
Introdução: A epidemia de aids atinge com maior intensidade os grupos mais vulneráveis. As tendên-cias de interiorização, pauperização e feminização demonstram que a população negra se encontra em desvantagem social no que se refere à construção de respostas de enfrentamento. Objetivo: Descrever as condições de acesso da população negra ao diagnóstico e à assistência para DST, HIV/aids. Métodos: Estudo transversal com 218 sujeitos maiores de 18 anos com vida sexual ativa em 11 comunidades quilombolas. Resultados: 75% utilizam os serviços públicos na atenção básica. Antecedentes de sinais e sintomas de DST foram relatados por 10% dos entrevistados e a maioria procurou o serviço público de saúde. A testagem para HIV foi realizada por 22%. O serviço público não especializado foi utilizado por 73%. As mulheres que referiram sinais e sintomas de DST procuraram o serviço público e realizaram o teste para HIV com maior frequência que os homens. Houve uma maior percepção de dificuldades de atendimento, busca de assistência no serviço privado e testagem mais frequente entre os mais jovens. Pessoas negras perceberam maior dificuldade no atendimento, maior relato de sinais e sintomas de DST e maior frequência de automedicação quando comparadas às não negras. Contudo, a avaliação do serviço foi considerada ótima/boa por 45%. Entre pessoas não negras houve maior procura pelo serviço público. Conclusão: O estudo reafirma a necessidade de políticas públicas voltadas aos segmentos mais vulneráveis. É importante ressaltar a necessidade da capacitação das equipes do PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde) e PSF (Programa Saúde da Família) pela sua relevância na assistência dessas comunidades. Palavras-chave: DST; HIV; Aids; População negra; Remanescente de quilombos. Maria Josenilda Gonçalves da Silva AbstractIntroduction: The AIDS epidemic affects vulnerable groups with more intensity. Tendencies show that countryside territories, poor populations and female patients are vulnerable; thus, the black population find themselves in social disadvantage regarding the construction of coping responses. Objectives: To describe the black population's conditions of access to HIV/AIDS and STD diagnosis and assistance, and the use of healthcare services in such context. Methods: Cross-sectional epidemiological study with a sample of 218 sexually active adults, living in 11 different quilombos (hiding places of runaway slaves) in Brazil. Results: 75% said they use public primary care services. Previous symptoms of STD were reported by 10% of the interviewees, and most of them said they contacted the public healthcare service (70%). HIV testing was performed by 22% of the subjects. The public non-specialized healthcare service was used by 73% of the interviewees. Among the participants who reported previous symptons of STD, women went to the public healthcare service and performed the HIV testing with higher frequency than men. Young people had greater perception of assistance difficulties, and they also searched more for assistance ...
Este artigo baseia-se em um estudo descritivo de processo metodológico de natureza operacional para identificar indicadores que permitam a avaliação do desempenho das Redes de Atenção à Saúde (RAS) mediante a identificação de agravo de saúde pública no contexto da regionalização do Sistema Único de Saúde. Os métodos de seleção do agravo e indicadores incluíram a realização de três oficinas com especialistas interdisciplinares aplicando a Técnica de Grupo Nominal. Priorizou-se o agravo câncer do colo do útero e chegou-se a uma composição final de 10 indicadores para avaliação de subdimensões do desempenho dos componentes da estrutura operacional da RAS. Concluiu-se que um conjunto de indicadores factíveis e validados para o agravo selecionado pode compor um sistema de monitoramento e avaliação das RAS de modo a subsidiar gestores na tomada de decisão. Os desdobramentos futuros do estudo em questão serão o cálculo e a apresentação dos indicadores para comparabilidade entre as regiões de saúde do Brasil, bem como a validação da metodologia proposta.
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