Na última década, a criação de áreas marinhas protegidas nas zonas costeiras aumentou consideravelmente. No entanto, é comum em diversos países a inexistência ou pouca eficácia no processo de planejamento participativo na criação destas unidades de conservação, o que pode ocasionar diversos conflitos sócio-ambientais, sobretudo com as comunidades tradicionais. Este estudo tem por objetivo analisar como a percepção ambiental de pescadores artesanais pode contribuir para análise e criação de uma área marinha protegida (AMP) no Nordeste do Brasil (Icapuí, Ceará), em uma região de reconhecido conflito entre os modos de pesca. Esta região é conhecida principalmente pela pesca da lagosta (Panulirus spp.), recurso que apresentou significativo declínio nos últimos 50 anos devido à capturas ilegais. A criação de uma AMP foi analisada sob a ótica dos pescadores artesanais, enfocando um diagnóstico ambiental participativo e as possibilidades de uso sustentável da área. Para atingir o objetivo proposto, o perfil sócio-econômico e os principais recursos pesqueiros foram analisados segundo questionários semi-estruturados aplicados, e entrevistas. Foram também analisadas a percepção ambiental referente à área marinha protegida proposta e a categoria de uso mais adequada, segundo os partícipes. Os resultados da pesquisa comprovaram que a população depende diretamente da atividade pesqueira, e que os pescadores possuem ampla percepção sobre as relações ecossistêmicas na região. Além disso, todos os moradores da área estudada reconheceram a importância e necessidade da implantação de uma Área Marinha Protegida visando, principalmente, o ordenamento pesqueiro. Essa necessidade não se aplica somente à área em questão e sim a uma abrangência de praias maior, cujos territórios marinhos se estendem além dos limites correspondentes em terra. Pretende-se que o diagnóstico participativo apresentado, baseado na percepção ambiental de pescadores artesanais residentes, sirva de base para discussão dos problemas relacionados ao gerenciamento das áreas marinhas protegidas, os quais devem compatibilizar a exploração dos recursos pesqueiros com a conservação dos bens/serviços ambientais.
O presente trabalho tem como objetivo caracterizar os habitats marinhos da plataformacontinental interna da Praia de Iracema – Fortaleza/CE, a partir da análise integrada do substrato bentônico. Para isto, foi feita a batimetria de fundo, sedimentologia e a fauna e flora bentônica dos fragmentos de paisagens, com base em dados coletados em campo e analisados em laboratório. As análises granulométricas realizadas nas 20 amostras apontaram para uma distribuição das frações: cascalho, areia média, areia fina e muito fina e frações biogênicas. A classe das areias está em pontos isolados, com um percentual de 90 a 100%, contendo algumas percentagens de mica. As areias médias ocorrem na porção NW da área. Os depósitos biogênicos correspondem a sedimentos constituídos por fragmentos de animais marinhos e algas calcárias. O destaque da biodiversidade foi encontrado na Estação 3, onde pode-se verificar exemplares dos Filos Echinodermata, Mollusca, Porifera e Annelida. Nas amostras essencialmente arenosas, foi observada a presença de organismos pertencentes ao Filo Mollusca – Classe Bivalvia. A interação dos dados bióticos e abióticos (sedimentológicos e batimétricos) permitiu mapear quatro habitats marinhos, enquadrados nos Níveis 1 e 2, códigos A (Marine Habitats) e A1 (Littoral Rock andother hard substrata), da classificação proposta pela EUNIS, 2012. Palavras-chave:Habitats Marinhos, Plataforma Continental, Sedimentologia, Batimetria.
Eventos de alta energia são cada vez mais frequentes no Nordeste do Brasil. Destes mencionamos ressaca entre dezembro e abril, causando vários impactos nas áreas costeiras. Portanto, o objetivo deste capítulo é estabelecer a evolução da linha costeira da cidade de Aquiraz no período de 1958 a 2014 e de 2009 a 2014, para identificar as tendências de erosão e assoreamento, os tensionadores naturais e antropogênicos associados a esses procedimentos. Na metodologia, a linha de inundação máxima foi escolhida como indicador de avanço ou recuo da linha de costa, identificada em imagens de satélite QuickBird e Landsat e fotografias aéreas. O programa DSAS foi aplicado à evolução do litoral nos últimos 56 anos. Verificou-se que a costa está em fase erosiva progressiva. Entre 1958 e 2014, o AEPR do Japão passou de-0,07 para-1,29 m / ano e o Porto das Dunas de-0,29 para-2,61 m / ano. A reflexão desta ação humana coincide com o período de maior recuo do litoral em toda a área. As dunas frontais estão dispostas de forma descontínua, estão ausentes em alguns lugares devido à ocupação de tendas e construções fixas. Assim, este estudo de linha costeira foi uma ferramenta essencial para aprofundar a dinâmica local, a fim de sugerir novas medidas de mitigação, gerando novos dados considerando o avanço da ocupação e as mudanças climáticas e oceanográficas. Palavras-chave: erosão costeira; vulnerabilidade; Aquiraz.
Continental shelves with diversified physiography, geomorphology marked by rocky reefs, channels, and marginal terraces, besides several terrestrial and marine sediments, have a rich mosaic of habitats ideal for the conservation and reproduction of marine life. This work, as part of the research project "Detailed Study of the Ocean Bed inside the Santa Cruz WLR, Costa das Algas EPA and 2000m Immediate Environment", aims at mapping the marine habitats located in two Conservation Units, Costa das Algas EPA (Environmental Protection Area) and Santa Cruz WLR (Wildlife Refuge), located south of the Doce River mouth, on the southeast coast of Brazil. For this purpose, data on the type, distribution, and composition of seabed sediments, as well as information on the seabed geomorphology using bathymetric data, seabed records by ROV imaging, and benthic fauna at the phylum taxonomic level were determined in the studied areas. The results indicated the presence of five sedimentary facies defined by the terrigenous and marine sedimentation regimes, separated in the vicinity of the-35 m isobath. The sandy-clayey sediments deposited by the fluvial discharges from the region rivers predominate in the first case. On the other hand, the marine sedimentation consists of biolitoclastic and bioclastic sediments, with rhodolith pebbles as well. In addition, three hydrodynamic zones/regions were defined, according to the presence and type of seabed ripples formed by near-bottom waves. The bathymetric data revealed seabed features such as reef structures, or rocky reefs, as well as submerged channels originated by marine regression. This set of characteristics defined eleven marine habitats, and among them, those consisting of biolitoclastic, bioclastic and rhodolith sediments, as well as rocky reefs and submerged channels, which had the greatest abundance of marine fauna and flora organisms. On the other hand, the habitats defined by the terrigenous sedimentation had a lower abundance of organisms. This finding indicates that the marine sedimentation regime predominated over the terrigenous, especially in the Costa das Algas EPA, which generally represents an area with high potential for proliferation and preservation of marine benthic and demersal fauna and flora. In view of this, the mapping of the Conservation Units presented here for the first time on a detailed scale can help to understand the importance of these areas for the preservation and maintenance of marine life.
Stimulated optical luminescence (SOL) was applied in dating coastal sediments in northeastern Brasil and revealed that the evolution of aeolic deposits in the region can be divided in 4 stages related to climate changes occurred during the quaternary leading to sea level changes, which modeled the coastline since the end of the Higher Pleistocene to present. The first stage dated back from 108,000 ± 11,000 years to 103,000 ± 9.000 anos B.P. (Before Present), but related mas que está relacionado ao máximo da Penúltima Transgressão, que aconteceu no Pleistoceno Médio, por volta de 123.000 anos, evento marcado por erosão dos depósitos mais antigos. O segundo estágio revelado pelas idades de 25.000 a 18.100 anos A.P, está relacionado à formação do vasto campo de dunas, que alcançaram cerca de 160 km da linha de costa e que fixaram no terceiro estágio (14.000 a 12.000 anos A.P). O quarto estágio é representado pelas dunas móveis dos Lençóis Maranhenses, que podem ter se formado há pelo menos 3.000 anos A.P.
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