Introdução. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) está entre as principais causas de morbimortalidade no mundo. A terapia trombolítica apresenta-se como o principal tratamento na fase aguda e pode melhorar substancialmente o prognóstico funcional dos sobreviventes. Objetivos. Investigar a correlação entre a gravidade do AVC isquêmico nas primeiras horas após o tratamento trombolítico e o nível funcional na alta hospitalar. Método. Trata-se de um estudo observacional longitudinal, realizado em um hospital da rede pública estadual. Os pacientes foram avaliados após a trombólise com a Escala de AVC do National Institutes of Health (NIHSS) e após sete dias ou na alta da unidade foram reavaliados com a Escala de Avaliação Postural para Pacientes após AVC (EAPA) e a Escala de Rankin Modificada (ERM), para determinação do desfecho funcional. Para análise da correlação foi utilizado o coeficiente de Spearman. Resultados. A amostra incluiu 34 pacientes, majoritariamente do sexo masculino (55,9%) e com faixa etária ≥60 anos (61,8%). Observou-se uma correlação negativa entre a gravidade do AVC após a trombólise e a EAPA na alta hospitalar (Rho=-0,427; p=0,022), indicando que indivíduos com AVC mais graves, mesmo após a trombólise, tem em média pior controle postural na alta hospitalar. Com relação a ERM foi observada associação positiva (Rho=0,532; p=0,002), indicando que AVC mais graves levam, em média, à piores desfechos funcionais na alta. Conclusão. A gravidade do AVC isquêmico na admissão hospitalar se correlaciona com o desfecho funcional e o controle postural dos pacientes no momento da alta.
A Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) e a Escala de Avaliação Postural para Pacientes com Sequelas de AVE (EAPA) são ferramentas de medida úteis e válidas na prática clínica. Objetivo: Comparar a responsividade da EEB e EAPA na avaliação do equilíbrio de indivíduos pós-AVE trombolisado na fase aguda. Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal analítico, realizado em uma Unidade de AVC, no qual foram aplicados a EEB e a EAPA nas primeiras 24 horas e no sétimo dia de internamento ou no dia da alta. Para determinação da responsividade adotou-se o Índice de Tamanho de Efeito (TE) e a Média de Resposta Padronizada (MRP), sendo calculados efeito solo e teto de ambas as escalas. Resultados: 44 pacientes, predominantemente do sexo masculino, média de idade 60 (±13) anos e mediana NIHSS 3,5 [1-6]. Ambos os instrumentos de avaliação detectaram melhora do equilíbrio. As escalas apresentaram TE pequeno, sendo o TE da EEB igual a 0,2 e o da EAPA igual a 0,3. A MRP foi moderada para as duas escalas, sendo a MRP da EEB igual a 0,7 e da EAPA igual a 0,6. A EAPA apresentou efeito solo menor do que a EEB nas primeiras 24 horas, enquanto no sétimo dia, a EEB apresentou efeito teto menor. Conclusão: A EAPA pode ser uma melhor opção para avaliação do equilíbrio em pacientes pós-AVE nas primeiras 24 horas, à medida em que a EEB pode ser uma melhor escolha para avaliação a partir do sétimo dia nessa população específica.
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