A mosca-branca Bemisia argentifolii Bellows & Perring, 1994 causa danos em diversas culturas de importância econômica no Brasil. Este trabalho teve o objetivo de avaliar o potencial biótico do inseto nas plantas de abobrinha, feijão, mandioca, milho, poinsétia, repolho e tomate. Os experimentos foram conduzidos na Embrapa Hortaliças, em Brasília-DF, em câmaras climatizadas, à temperatura de 28 ± 2ºC e casa de vegetação, à temperatura ambiente (25 ± 8ºC), partindo-se de uma população de B. argentifolii, criada em poinsétia desde 1995. Repolho e feijão foram as plantas hospedeiras que apresentaram períodos pré-imaginais mais curtos, respectivamente 20,5 e 21,9 dias. As maiores porcentagens de mortalidade nesses períodos foram observadas em mandioca (97,9%) e milho (94,2%). A razão sexual em geral foi favorável às fêmeas. O inseto apresentou valores muito próximos de r m (capacidade intrínseca de crescimento da população), variando de 0,18 em feijão a 0,13 em repolho, mostrando estar igualmente adaptado a estes hospedeiros. Resultados diversos foram observados em milho e mandioca, onde as fêmeas apresentaram alta mortalidade (> 90%), o que sugere baixa capacidade de utilização destes hospedeiros pela mosca-branca.
O cultivo de tomate em ambiente protegido é economicamente vantajoso para os produtores. No entanto, o ambiente interno da casa de vegetação, quente e seco, favorece o crescimento populacional da traça-do-tomateiro Tuta absoluta (Meyrick) dificultando seu controle, geralmente realizado com inseticidas químicos. O controle biológico da traça-do-tomateiro utilizando o parasitóide Trichogramma pretiosum Riley é indicado como método alternativo aos inseticidas e foi avaliado em ambiente protegido. O experimento foi conduzido com plantas de tomateiro tutoradas, cv. Larissa, em três modelos de casas de vegetação (arco, capela e convectivo), com 288 plantas em uma área de 160 m² em cada modelo. Todos os tratamentos foram associados com uma aplicação semanal do inseticida biológico Bacillus thuringiensis e liberações semanais do parasitóide: 1) casa de vegetação com teto convectivo: 200 cm² de ovos parasitados em liberação única, ou seja, apenas uma vez por semana; 2) teto em arco: 200 cm² de ovos parasitados liberados duas vezes por semana, ou seja, 100 cm² a cada liberação; 3) capela: 400 cm² de ovos parasitados liberados duas vezes por semana, ou seja, 200 cm² a cada liberação. A população da traça-do-tomateiro foi amostrada semanalmente, coletando-se 50 folíolos de tomateiro ao acaso, em cada casa de vegetação. Em laboratório, os ovos foram contados, individualizados e mantidos em câmara climatizada para se determinar o número de larvas emergidas e o número de ovos parasitados. A produtividade e o dano causado pela traça foram avaliados em 50 frutos colhidos ao acaso em cada tratamento. A eficiência técnica e econômica do sistema de produção foi analisada em cada modelo de casa de vegetação. Os principais resultados foram: a) as diferentes condições de temperatura e umidade proporcionadas pelas casas de vegetação têm influência sobre o desempenho do parasitóide; b) o uso exclusivo do controle biológico permitiu a produção de tomates por doze semanas em todas as casas de vegetação testadas; c) de acordo com a análise econômica, o tomate produzido em casa de vegetação tipo convectivo apresentou melhor rendimento.
A traça-das-crucíferas (TDC) Plutella xylostella (Lepidoptera: Yponomeutidae) é a principal praga da cultura do repolho e seu controle é feito através de inseticidas, com possíveis efeitos adversos na população natural dos seus parasitóides. Nos últimos anos, novos ingredientes ativos foram colocados no mercado, tornando necessária a avaliação da eficiência destes produtos e o impacto na população de parasitóides. Com este objetivo, foi instalado um experimento, de junho a outubro de 2001, na área experimental da Embrapa Hortaliças, com a cultivar Kenzan. Foram utilizados os produtos Spinosad (38,4 g i.a./ha), Thiacloprid (96 g i.a./ha), Indoxacarb (24 g i.a./ha), Bacillus thuringiensis var. kurstaki (16,8 g i.a./ha), uma nova cepa (S764, concentração de esporos 4 x 10 E 9) de B. thuringiensis (168 g i.a./ha), disponibilizada para teste pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e uma testemunha, sem pulverização. As pulverizações, num total de oito, foram semanais, iniciando-se a partir da formação das cabeças de repolho, quatro semanas após o transplante. Foram efetuadas amostragens semanais em cinco plantas por parcela, contando-se o número de furos e larvas nas quatro folhas centrais da cabeça do repolho. Avaliou-se também o número de larvas na parte externa da cabeça do repolho. A cada 15 dias foram efetuadas coletas de larvas (folhas centrais e externas), que eram levadas ao laboratório para avaliação de parasitismo. Por ocasião da colheita, as cabeças foram avaliadas quanto ao valor comercial, através de notas e porcentagem de cabeças comerciais, além da contagem do número de furos, larvas na cabeça e larvas na planta toda. Os produtos Spinosad, Indoxacarb e B. thuringiensis var. kurstaki foram os mais eficientes para o controle de P. xylostella e não diferiram entre si para os parâmetros avaliados. A utilização desses produtos propiciou a produção de cabeças de repolho com alto padrão comercial. Os produtos Thiacloprid e a cepa de B. thuringiensis S764 (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia) não foram eficientes. O B. thuringiensis var. kurstaki conciliou eficiência de controle com baixo impacto na população de parasitóides. O produto Spinosad apresentou impacto na população de parasitóides, quando foram amostradas larvas de P. xylostella da cabeça do repolho. As espécies de parasitóides coletadas com maior freqüência foram Diadegma leontiniae; Apanteles sp.; Actia sp. e Oomyzus sokolowskii.
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