Palomanes (Org.). O passado que não passa: a sombra das ditaduras na Europa do Sul e na América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. 336p.Recentemente muito se tem falado nos círculos intelectuais e na grande mídia acerca do golpe militar de 1964 e de que forma ele moldou a política brasileira durante o regime implementado, e mesmo depois, já no perí-odo da chamada redemocratização, que tipo de herança política ele deixou, seja de caráter institucional ou ligado à cultura política nacional. Muito se tem especulado acerca deste período. Alguns afirmando que se tratou de um dos maiores, se não o maior, trauma polí-tico da história nacional, outros dizendo que foi o solapamento de uma jovem e incipiente democracia brasileira. Há ainda aqueles que falam do golpe como uma resposta a um crescente ganho de força dos grupos de ideologia comunista no Brasil, seja através de guerrilhas rurais, seja através da criação de quadros marxistas dentro das forças armadas, sobretudo no médio e baixo oficialatos.Embora essas correntes analíticas estejam em debate desde a década de oitenta do século passado, foi nos últimos anos que a discussão se tornou mais acirrada. Então fica a pergunta: por que apenas em governos ou períodos específicos a busca pela "verdade" e pelo passado ganha maiores impulsos? Por que o passado é visto como alvo de uma averiguação mais profunda em certos contextos e em outros não? Por que em certos contextos se defende um maior silêncio em relação a passados ditatoriais sob o argumento de que não é bom para uma democracia nascente abrir velhas "feridas", e em outros se argumenta que as "feridas" devem ser reabertas justamente em benefício da democracia? Por que em alguns casos os "regimes de transição" parecem remediar bastante os traumas políticos gerados por regimes autoritários (como na Grécia) e em outros se dá lugar a um silêncio que só será contestado muitos anos depois (como na Espanha)? É sobre esta problemática que O passado que não passa, livro organizado por Antônio Costa Pinto e Francisco Carlos Palomanes Martinho vai tratar analisando países sul-americanos com ênfase no Brasil e países da Europa do sul, colocando em foco Portugal, Espanha, Itália e Grécia.Os diversos autores que escrevem no livro organizado por Costa Pinto e Martinho * Doutorando em Sociologia pelo Iesp-Uerj, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
RESUMO Este artigo se propõe a analisar como o MAS (Movimento ao Socialismo) foi capaz de articular uma série de demandas étnicas e regionais que vinham cindindo a nação boliviana desde algum tempo. O MAS de Evo Morales, através da última constituição aprovada em 2009, foi capaz de trazer ao jogo político e democrático as demandas oriundas de variados nichos étnicos indígena-camponeses, sendo representados, principalmente, pelas organizações indígenas da região andina, embora também por diversos grupos da região amazônica e do chaco. Através de um sistema de descentralização por vias departamentais e pelas autonomias municipais indígenas, o MAS foi capaz de representar os diversos grupos étnicos em um mesmo pólo ideológico mantendo a unidade nacional.ABSTRACT This article intends to analyse how MAS (Movement towards Socialism) was prone to hinge a series of ethnic and regional demands, which were splitting the bolivian nation for some time already. Evos Morales's MAS through the last constitution, approved in 2009, was able to bring to the political and democratic arena the demands from varied ethnic Indigenous-peasant niches, represented mainly by indigenous organizations from Andean region, although also by diverse groups from the amazon and chaco regions. Through a decentralized system by indigenous cantons, MAS could enclose the diverse ethnic groups in a same ideological pole and by this, keep the national unity.
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