Esse artigo investiga o fenômeno da difusão geográfica inicial da Covid-19 no Brasil, procurando contribuir com a formulação de políticas públicas para a contenção pandêmica. Para tanto, foi dividido em três partes: primeiramente, dados dos boletins epidemiológicos do Brasil, da Argentina e do Equador desde o início de sua divulgação até o dia 20/04/2020 foram transformados em mapas e analisados à luz de suas respectivas políticas de contenção, em comparação com China e Cingapura. Depois, em escala nacional, as analisam-se dados de 25/02/2020 a 03/08/2020, por município, comparados ao fluxo aéreo dominante de passageiros (IBGE, 2013). Na terceira parte, discute-se a relação entre a aeromobilidade e a modernidade líquida. Concluímos que uma suas primeiras ações de um protocolo de contenção pandêmica emergencial deveria ser o fechamento dos aeroportos, principalmente os de São Paulo, tanto para voos internacionais como nacionais, pois isso atrasaria consideravelmente a rede de difusão da doença.
O estado do Rio de Janeiro, apesar de possuir pequena área territorial em relação às demais unidades federativas brasileiras, apresenta dificuldades de integração socioespacial, mobilidade deficitária e uma forte polarização socioeconômica na Região Metropolitana de sua capital. Entre uma série de fatores que influenciaram esse quadro, historicamente, há desde a evolução de sua divisão político-administrativa, à escolha pela política de mobilidade rodoviarista e até a sua topografia peculiar. A presença ou ausência de rotas aeroviárias no estado, bem sendo hoje o principal fluxo de transporte do mundo globalizado, são tanto causa como consequência do desenvolvimento socioespacial desigual e combinado. Além disso, o estudo analítico da aviação comercial regional se torna, neste momento, tanto um campo de diagnóstico quanto de ação para políticas públicas, especificamente para o nosso estado. Neste artigo, realizamos uma pesquisa qualitativa e exploratória sobre o quadro de desenvolvimento da aviação comercial regional no estado do Rio de Janeiro e utilizamos, para isso, um levantamento bibliográfico, consulta a fontes documentais como leis federais e estaduais, notícias de jornais e revistas especializadas, além de dados oriundos das pesquisas Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil e Regiões de Influência das Cidades (REGIC) do IBGE.
A virada geopolítica que ocorreu no Brasil a partir de 2016, com o impeachment da Presidente Dilma Rousseff, se relacionou com a rede financeira de poder mundial. Este estudo pretende demonstrar tal fato, apresentando dados sobre a ascensão das políticas neoliberais no Brasil, nos anos 1990, e sobre a gradual ruptura política iniciada em 2003, com o governo de Luís Inácio Lula da Silva. Tal ruptura foi evidenciada nos grampos de telegramas diplomáticos estadunidenses e outros documentos disponibilizados pelo Wikileaks, por meio do posicionamento diplomático dos EUA sobre as disputas eleitorais brasileiras que ocorreram em 2010 e em 2014, a legislação de Exploração e Produção (EP) das reservas de petróleo do Pré-sal, a cibervigilância interestatal e a criação do “Projeto Pontes”, anterior à Operação Lava Jato. Por meio de análise em documentos publicados pelo Wikileaks, é possível demonstrar como a política interna brasileira foi influenciada pelo uso de soft power, por agentes vinculados aos interesses geopolíticos estadunidenses, no período pesquisado.
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