Minority groups are more prone to worsen their personal and social vulnerabilities during the COVID-19 pandemic. This study aimed to identify factors associated with the highest COVID-19 vulnerability in the Brazilian sexual and gender minorities. This is a cross-sectional study based on 826 respondents of the Brazilian LGBT+ Health Survey, conducted online from August to November 2020. The COVID-19 vulnerability was based on a previous vulnerability index created by an LGBT+ institution, which comprises three dimensions (income, COVID-19 exposure, and health). The outcome was the highest score quartile. Statistical analysis was based on logistic regression models. The COVID-19 vulnerability was higher in heterosexual and other scarce sexual orientations (OR = 2.34; 95%CI: 1.01-9.20, vs. homosexual), cisgender men (OR = 3.52; 95%CI: 1.35-4.44, vs. cisgender women), and those aged ≥ 50 years (OR = 3.74; 95%CI: 1.24-11.25, vs. 18-29 years old). A negative association was found with complete graduate education (OR = 0.06; 95%CI: 0.02-0.22, vs. complete high school), being white (OR = 0.44; 95%CI: 0.23-0.83), and proper facemask use (OR = 0.31; 95%CI: 0.13-0.76). Except for proper facemask use, factors associated with higher COVID-19 vulnerability are structural determinate and suggest overlapping vulnerabilities, as described by the syndemic model. It guides strategies to deal with the pandemic, which includes a joint approach to the common epidemic that affects sexual and gender minorities, broadening the intersectoral approach to decrease inequalities.
The understanding of health care demands and possible access barriers may support policymaking and best practices targeting the lesbian, gay, bisexual, transgender, and related identities (LGBT+) population. The aims of the Brazilian LGBT+ Health Survey were to characterize the LGBT+ population during the COVID-19 pandemic and to specify the characteristics of the COVID-19 pandemic in this population. This is a cross-sectional online study, with a convenience sample of 976 individuals identified as LGBT+, aged 18 years or older from Brazil. It allows investigations of sexuality, discrimination, internal homophobia, health-related behaviors, and health care access. The study adopts a conceptual framework (i.e., validated tools and measures) common to other epidemiological studies, allowing comparisons. We describe the study methodology, some descriptive results, and health-selected indicators compared with the Brazilian National Health Survey. Most of the respondents were from Southeast Region (80.2%), mean aged 31.3 (± 11.5 years). Regarding COVID-19, 4.8% tested positive. Both weekly episodes of discrimination (36%) and depression prevalence (24.8%) were high among the LGBT+ population in Brazil, highlighting mental health and homophobia as major concerns in the LGBT+ context during the pandemic. Although a decade has passed since the institution of the Brazilian National Policy for Comprehensive LGBT Health, appropriate training of health professionals to offer adequate services is still needed. Knowledge of the specific health demands of this group might guide person-centered best practices, promote sexual minority high-acceptance settings, and contribute to higher equity during the pandemic.
Introdução: A Organização Mundial da Saúde tem trabalhado com a premissa da equidade com respeito universal pela dignidade humana, assumindo o compromisso de “não deixar ninguém para trás”, e por esse motivo direciona um olhar especial para a população de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer e intersexuais. Sabe-se que a população transgênero é especialmente atingida por diversos estigmas sociais que impactam seu processo de saúde e adoecimento. Entendendo a Atenção Primária à Saúde como espaço primordial para a garantia de direitos dessa população, é necessário que os Centros de Saúde intensifiquem os esforços para acolher essas pessoas; um passo importante pode ser entender como é seu relacionamento familiar e sua inserção comunitária. Objetivo: Auxiliar na construção da visibilidade das representações que as mulheres transgênero e travestis assistidas em um Centro de Saúde têm sobre suas relações sociais. Métodos: Foram entrevistadas as travestis e mulheres transgênero moradoras de comunidade assistida pelo Centro de Saúde. As entrevistas foram feitas em profundidade e com a elaboração de ecomapa, sistematizadas com as participantes e posteriormente enviadas para sua aprovação. Os ecomapas individuais foram sintetizados em um único. Resultados: Todas as cinco travestis e mulheres transgênero que residiam na área foram entrevistadas. A média de idade foi de 27,5 anos. Sobre a autodeclaração de raça/cor, uma é branca, duas são pardas e duas, negras. Duas encontravam-se com vínculo de trabalho formal e três sem ocupação. Quatro apresentavam ensino médio completo e uma, ensino fundamental incompleto, conforme indicado na Tabela 1. Para a maioria das travestis e mulheres trans dessa comunidade, é notável o suporte familiar como ponto de apoio. No que concerne a equipamentos de proteção social, o mais citado foi a Defensoria Pública, uma organização não governamental e o Centro de Referência da Assistência Social. Todas fazem seu acompanhamento no Centro de Saúde, e uma referiu estar mais afastada por não ter demanda. A religiosidade candomblecista também foi fator de suporte para duas das entrevistadas. A maior dificuldade foi relativa à empregabilidade, com relatos de situações de transfobia. Uma das entrevistadas identificou que tem um problema relacionado à drogadição. Conclusões: Ainda há muito a evoluir em políticas públicas que promovam equidade e saúde para as mulheres trans e travestis, especialmente na garantia de cuidados com a saúde, de incentivos à empregabilidade trans e de combate à transfobia, porém as mulheres da comunidade estudada e suas famílias indicam-nos como o acolhimento e o apoio podem ser fatores diferenciais nessas trajetórias de vida.
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