Com uma abordagem qualitativa e tendo o estudo bibliográfico como metodologia, este trabalho procura responder a seguinte questão: Quais as potencialidades do ensino de filosofia na constituição de sujeitos políticos na perspectiva arendtiana? Para responder a esta questão, este estudo fundamenta-se em dois conceitos elaborados pela filósofa Hannah Arendt (1906-1975): o trabalho e a ação. A partir destes conceitos, refletiremos sobre dois aspectos contidos na reformulação do Novo Ensino Médio a partir da Lei 13.415/2017 que visa contribuir com a corrosão do mundo comum ao diminuir a potencialidade do ensino de filosofia: 1) Fragilização das humanidades e enaltecimento de abordagens e disciplinas que visam à formação de trabalhadores e consumidores para o mercado de trabalho; 2) Debilitação da autoridade e da qualificação docente no ensino de filosofia. Ao discutirmos esses dois aspetos que inferimos desta lei, evidenciaremos como o ensino de filosofia pode se beneficiar da ação política, ao mesmo tempo em que contribui para a formação de sujeitos políticos e reflexivos que se ocupam da vida comum e zelam pela educação dos mais jovens e para a conservação do mundo.
Tendo em vista que a ciência contemporânea constitui o horizonte no qual se situa o pensamento de Henri Bergson desde sua origem, buscaremos neste artigo discutir a passagem da obra de 1907, A evolução criadora, na qual o filósofo elabora algumas ideias para certa cosmologia amparada na compreensão da duração como tecido próprio do real. A descrição dessa cosmologia aparece-nos como o corolário de sua proposta de uma nova metafísica, agora dinâmica, cravada na experiência, ou seja, na temporalidade.
Partindo de uma compreensão específica do processo evolutivo, poderíamos constatar que o desenvolvimento da vida humana pela via da racionalidade nos direcionou a uma lógica exploratória e egoísta face à qual nos encontramos hoje. Tal argumento encontra eco no pensamento do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941) que, no final da vida, dedicou-se a pensar os fundamentos morais e religiosos da sociedade, cujo caráter fechado serviria de base a todas as formas de opressão e negação da diversidade humana. No entanto, a leitura do primeiro capítulo da obra As duas fontes da moral e da religião (1932), de Bergson, nos deixa antever um aparente paradoxo, qual seja: a fim de recriarmos nossos valores, a fim de transpormos o comportamento social fundado na lógica da inteligência, no individualismo, no confronto com o diferente, na exploração desenfreada das fontes naturais de vida e subsistência, na exploração animal, seria necessário não um retorno à natureza, mas sua superação. Afinal, segundo a ótica bergsoniana, a moral social se constituiu biologicamente pela via do fechamento e não da abertura, de modo que, a fim de repensarmos nossos hábitos ditos civilizados, uma mudança seria imprescindível, uma transposição daquela moral naturalmente fechada para outra em vias de alargar-se, tal como vislumbrada pelo filósofo na obra de 1932.
O artigo aborda elementos para a compreensão de uma moral social no pensamento do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941), a partir da obra de 1900, O riso, em diálogo com algumas idéias apresentadas em seu último livro, As duas fontes da moral e da religião. Em auxílio à nossa interpretação, faremos o cotejo com alguns textos de Sigmund Freud referentes à cultura e o comportamento humano em sociedade em fina sintonia com as ideias de Bergson. Embora O riso se pretenda um ensaio acerca da comicidade, o conteúdo da obra extrapola o campo de um mero estudo acerca do cômico nos entregando uma profunda reflexão estética sobre o valor da arte, além de uma crítica implícita à ciência através do confronto com outras teorias clássicas do riso. Todavia, o que nos interessa no momento é o destaque insistente dado por Bergson à função social que o ato de rir comporta. O riso seria uma espécie de ferramenta de ajuste dos comportamentos sociais. Suspeitamos, enfim, que haja naquela obra elementos para se pensar uma sociologia bergsoniana em estado embrionário, cujo desenvolvimento mais robusto só veremos nascer 32 anos mais tarde com a publicação d’As duas fontes.Palavras chave: Riso; Moral; Sociedade; Bergson; Freud.
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