O artigo tem o propósito de discutir de que forma as mídias sociais produzem a relação entre a educação pública gaúcha e as parcerias com o setor privado, bem como rastrear quais são os impactos dessa relação para a área da Educação. Os materiais examinados consistem em reportagens de jornais publicadas entre os anos de 2019 e 2020. As bases teóricas advêm de autores como Dardot e Laval (2016), Masschelein e Simons (2017) e Ball (2014). A análise mostrou que os textos mencionam uma crise financeira no solo gaúcho, evidenciando a necessidade das parcerias do setor público com o privado. Além disso, apontou para um modelo empresarial assumido como guia de ação do Governo do Estado, colaborando com a expansão da lógica mercadológica. Outra reverberação foi o uso recorrente dos contratos jurídicos na esfera educacional. A investigação conclui que a iniciativa privada precisa do Estado para expandir seus negócios, garantindo sua lucratividade mediante a exploração da esfera pública.
O artigo apresenta resultados de uma investigação realizada com o propósito de examinar possíveis ações de contraconduta vinculadas aos movimentos neoliberais que se fazem presentes em uma escola pública, mobilizadas pela emergência do Programa Novo Ensino Médio (PNEM) e por atividades pedagógicas. O material analisado é composto por questionários e registros de um Diário de Campo. As bases teóricas encontram-se no pensamento de Michel Foucault. O exame mostrou duas regularidades. A primeira refere-se às possibilidades de suspensão das finalidades utilitaristas da escola impostas pelo modelo empresarial. A segunda aborda tentativas de dissolução do narcisismo no ambiente escolar, pautados em contracondutas neoliberais. O estudo mostra que as marcas utilitaristas e narcisistas, engendradas pela racionalidade neoliberal, podem ser temporariamente suspensas, liberando a escola e os discentes para uma experimentação coletiva capaz de colocar a todos em situação de igualdade.
O artigo apresenta resultados de uma investigação que teve por objetivo identificar sentidos que alunos do Ensino Médio (EM) atribuem à relevância do utilitarismo do conhecimento escolar. As bases teóricas advêm dos estudos de Michel Foucault e seus comentadores, como Sibilia, Ball e Dardot e Laval. A parte empírica foi realizada em uma escola pública da região metropolitana de Porto Alegre (RS), no ano letivo de 2017. O material escrutinado é composto por questionários respondidos pelos discentes que frequentavam a última etapa da educação básica sobre suas concepções a respeito da escola e do EM na atualidade. A análise mostrou que a escola ainda pode ser pensada enquanto uma maquinaria capaz de produzir alunos para uma determinada função social, voltada para o mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, tem sido capturada pela perspectiva mercadológica, incitando os estudantes a agirem de modo a tornarem-se empresários de si mesmos, realizando investimentos a partir de cálculos de interesses que lhes garantam um lugar de destaque no cenário competitivo.
O artigo examina relações entre a educação contemporânea e a racionalidade neoliberal. Em especial, analisa enunciações de discentes sobre a escola e sobre o Ensino Médio, tendo em vista a implementação do Programa Novo Ensino Médio (PNEM). O referencial teórico advém de conceitos discutidos por Michel Foucault, Masschelein e Simons e Dardot e Laval. A parte empírica realizou-se em uma instituição de ensino pública estadual de uma cidade da região metropolitana de Porto Alegre – RS, em 2018. O material escrutinado é constituído por questionários respondidos por estudantes que frequentavam o Ensino Médio. A estratégia analítica utilizada para operar sobre o material orientou-se pela análise do discurso, como compreendido por Foucault. O exame mostrou que a racionalidade neoliberal tem conduzido as condutas escolares na atualidade. Dentre os rastros captados, destaca-se: a empregabilidade posta como foco do Ensino Médio; a competitividade e a performatividade pensadas como prerrogativas à conquista dos melhores resultados e a necessidade de reforma premente, tanto institucional quanto individual. Assim, conclui-se que o jogo contemporâneo marcado pelas lógicas neoliberais produz formas de vida escolares sustentadas pelos princípios da concorrência, aperfeiçoamento e autopromoção, fazendo com que os alunos se tornem empresários responsáveis por seu sucesso ou fracasso.
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