El artículo aborda las respuestas de los municipios de la Región del Gran ABC Paulista, área metropolitana de São Paulo, al problema de las áreas industriales ociosas. El tema fue analizado desde el control territorial, la planificación urbana y la gestión pública. El contexto fue el proceso de modernización del Estado brasileño, a fines del siglo XX. De 1955 a 1979, la región concentró muchas inversiones, principalmente de capital internacional, convirtiéndose en el mayor clúster industrial de América Latina. Durante la década de 1990, en el contexto del neoliberalismo, los procesos de reestructuración industrial, globalización y financiarización de la economía obligaron a diferentes empresas a salir de la Región. En respuesta a este problema, y a pesar de una experiencia innovadora en la gestión territorial, las administraciones municipales favorecieron proyectos de intervención urbana orientados al mercado, sin una visión estratégica del futuro industrial sostenible para la Región.

RESUMOO território da atual Região do Grande ABC, no setor sudeste da Região Metropolitana de São Paulo, passou por quase três séculos adormecido, mas viveu uma intensa fase de desenvolvimento a partir da segunda metade do século XX. A Região recebeu investimentos industriais, principalmente a partir de 1950, tornando-se o maior cluster industrial da América Latina. Entretanto, desde 1970, as cidades industriais no mundo têm assistido a uma profunda mudança no paradigma industrial devido às transformações relacionadas à financeirização da economia e à reestruturação industrial, levando à formação de grandes áreas industriais ociosas. O modelo de produção em massa nas grandes cidades industriais tornou-se complexo, deixando muitas perguntas sem respostas. A partir da década de 1990, o Grande ABC começa a apresentar vários problemas com a saída das empresas da Região, colocando em xeque a sua vocação industrial. Este artigo objetiva apresentar as mudanças territoriais ocorridas nas sete cidades da Região desde o processo de industrialização até a reestruturação industrial, buscando analisar as seguintes questões: quais foram as transformações e os efeitos que a indústria promoveu nos territórios da Região do Grande ABC nos últimos 70 anos? Como pensar as cidades industriais do século XXI? As experiências mostram que os problemas gerados por essas transformações econômicas ganharam complexidade na medida em que aumentaram as crises econômicas e tensões entre os atores sociais. Verifica-se, assim, o enfraquecimento dos debates institucionais, levando a um hiato nas discussões regionais sobre a pauta da saída das indústrias, colocando-se em risco o futuro da Região.

Este trabalho objetiva apresentar as discussões e experiências sobre as áreas industriais ociosas decorrentes do processo de reestruturação industrial, nos últimos trinta anos, na Região do Grande ABC Paulista, situada na área metropolitana de São Paulo, e composta por sete municípios. Durante a década de 1990, atores locais, regionais e profissionais internacionais buscaram discutir ações e projetos para essas áreas industriais sem atividade. Discussões que se expressaram na criação de novos órgãos de gestão, que buscavam promover o crescimento sustentável da Região. Foi realizada pesquisa que apontou uma reconfiguração das características dessas áreas entre o período de 1989 e 2019, verificando-se o desconhecimento da nova situação e a falta de discussão mais recente sobre a problemática. No século XXI, a situação é mais grave, pois o problema continua atual, mas há um enfraquecimento da discussão nas esferas municipais e regional, sendo um dos maiores desafios a ser vencido pela Região.

El objetivo de este trabajo es demostrar la pérdida de valor de la industria automotora en el Gran ABC Paulista, Brasil, motor del crecimiento económico brasileño antes de la liberalización comercial y financiera de los 1990. A partir de la metodología histórico-estructural, en la tradición latinoamericana de los estudios centro y periferia, se evidencia que en las últimas tres décadas la región ha sufrido una reconfiguración productiva, en la que la industria automotora se redujo considerablemente, no sólo por las crisis económicas internas, sino también por las decisiones de gobernanza de las cadenas de valor de las grandes automotoras extranjeras.