Resumo: O acontecimento jornalístico pode ser observado e analisado por meio das marcas que o processo de produção da notícia deixa no próprio produto acabado.Retomando apontamentos sobre alguns dos entraves teórico-metodológicos que se interpõem à ampliação e ao aprimoramento das teorias do jornalismo, e sobre a necessidade de abordagens menos fragmentárias do fenômeno jornalístico, apresentamos um protocolo de análise de cobertura jornalística com o objetivo de possibilitar a apreensão do acontecimento jornalístico numa instância localizada entre o trabalho de bastidores da redação e as análises subseqüentes do conteúdo temático e do discurso no e sobre o mesmo acontecimento. A base teórica buscamos em Quéré, quando problematiza lugares da mídia para pensar o acontecimento 3 .Palavras-chave: acontecimento jornalístico, cobertura jornalística, produção jornalística, metodologia da pesquisa.Abstract: The journalistic event can be observed and analysed through the signs the process of news production leaves in its own finished product. Considering observations on some of the theoretical and methodological obstacles placed in the improvement and in the expansion of journalism theories and on the neeed for less fragmented approaches of the journalistic phenomenon, we present a protocol of analysis of news coverage in order to understand the journlistic event in the instance located between the work behind the scenes of journalism and the subsequent analysis of the thematic content and of the discourse in and on the same event. The theoretical basis was Quére, when the author discusses the position of media to think the event. DOSSIÊ Limites e possibilidades das práticas jornalística e imagética 19 Ao tratar da dupla natureza do acontecimento, como fato e sentido, Louis Quéré levanta questões a respeito do lugar da mídia na configuração das coisas que acontecem, introduzindo reflexões sobre o acontecimento jornalístico. Na contraposição e diálogo entre G. H. Mead e H. Arendt, Quéré explicita a dualidade do acontecimento, que se daria "tanto a explicação causal do acontecimento e a construção do seu passado e do seu futuro, como o seu poder de esclarecimento e a fonte de inteligibilidade que ele constitui."
Esta pesquisa procura compreender um fenômeno aparentemente comum: o sonho de muitos moradores urbanos em ter uma casa no campo. A investigação é feita junto aos leitores da revista Globo Rural, uma publicação especializada em atividades agrícolas. São assinantes que residem na cidade de São Paulo e não possuem nenhum tipo de propriedade no meio rural. O propósito deste estudo é tentar apreender os movimentos desse imaginário, contribuindo para o debate das conexões entre campo e cidade e para o entendimento da interação entre sujeitos e produtos culturais simbólicos, no cotidiano urbano contemporâneo. Diante da complexa relação do homem com a natureza e da condição histórica vivida numa metrópole nesta virada de século, percebe-se que, ao sonhar com a casa no campo, os leitores urbanos da revista não apenas se voltam de maneira saudosa para o passado rural. No tempo presente, eles tecem uma crítica profunda ao modelo civilizatório da urbanidade da metrópole e, olhando para frente, imaginam um futuro melhor fora da cidade, no meio rural, mais perto das coisas da natureza, num lugar mais solidário, longe da violência, do trânsito pesado, da poluição e com mais qualidade de vida.
<span style="font-family: Arial;">Alguns investigadores brasileiros vêm, com mais ênfase nos últimos anos, rastreando o perfil da pesquisa em jornalismo no Brasil. As abordagens são quase de escopo abrangente, com levantamentos de temas, suportes tecnológicos e linhas de pesquisa. Gostaria de partir desses conjuntos de trabalhos propostos em macro-análises para, especificamente, problematizar opções metodológicas em estudos de jornalismo que tomam como base matérias jornalísticas impressas. </span>
Resumo: Várias são as conceituações que sugerem o jornalismo ou a mídia em geral como um lugar de: conhecimento comum, conhecimento compartilhado, consensos em construção, saber de acontecimento, senso em comum, acervo social de conhecimento, mediação cultural da vida cotidiana, elemento constituinte da esfera pública etc. A proposta é procurar, a partir de um rastreamento dos estudos do jornalismo como produtor de conhecimentos, pistas teórico-históricas que organizam as reflexões sobre o jornalismo como construção de sentido, com destaque para duas vertentes, a da construção social da realidade, incluindo os estudos sobre cotidiano e senso comum, e a da percepção do jornalismo como narrativa, em sua dimensão simbólico-mítica e em sua relação com os estudos do imaginário. No entrecruzamento dessas vertentes, o jornalismo pode ser pensado como exercício de entendimento de mundo.Pode-se dizer que, mesmo de modo esparso, tem sido construída uma história que conta a investigação do jornalismo como produtor de conhecimentos. Várias são as conceituações que sugerem o jornalismo ou a mídia em geral como um lugar de: conhecimento comum, rede informacional na construção social da realidade, conhecimento compartilhado, consensos em construção, saber de acontecimento, senso em comum, acervo social de conhecimento, vetor de interesses comuns, agente institucionalizador da sociedade como realidade objetiva, mediação cultural da vida cotidiana, elemento constituinte da esfera pública etc. Abstract: There are several concepts that define journalism as a space for shared knowledge, built agreement, common sense, information, social knowledge, cultural mediation of daily life or element of the public sphere. This manuscript searches for theoretical and historical clues that will help to organize thoughts on journalism as a space for building meaning after tracing several studies on the topic. Two branches get special attention here: the social construction of reality and the perception of journalism as a symbolic and mythic story telling process. At the intertwining point of these branches, journalism may be thought as an exercise of world view.
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