A escolha intertemporal tem estreita ligação com fenómenos que estão na ordem do dia, tais como comportamentos de poupança, consumo e investimento. Este estudo constituir-se-á como um avanço na compreensão da escolha intertemporal, na medida em que contempla contextos de escolha triádica (três opções) e não apenas de escolha diádica (duas opções), à qual se limitam a maior parte de estudos empíricos. Pela primeira vez, este estudo vem tentar compreender como a preferência entre opções é influenciada por outras opções no contexto de escolha. Os actuais modelos de escolha intertemporal, chamados modelos de desconto, não contemplam tais influências, uma vez que cada opção é avaliada independentemente das outras. Focamo-nos em efeitos de polarização, induzidos pela introdução de uma terceira opção ao leque de escolha e o enquadramento da terceira opção como a opção default. Os resultados confirmaram estes efeitos. Discutimos ainda como os modelos de desconto devem ser substituídos por outros modelos, em que as pessoas fazem comparações directas entre as opções. Os resultados também confirmaram fenómenos que até hoje têm sido acomodados pelos modelos de desconto: Os efeitos de diferimento, de magnitude e de sinal. Palavras-chave:Escolha diádica, Escolha intertemporal, Escolha triádica, Polarização. INTRODUÇÃOEscolhas intertemporais definem-se como escolhas que envolvem trocas entre custos e benefícios que ocorrem em diferentes pontos temporais (Loewenstein, Read, & Baumeister, 2003). A investigação sobre a escolha intertemporal apresenta-se em franco crescimento nas últimas décadas. Cada vez mais é reconhecido o seu contributo e devida importância na vida económica, pois a grande maioria das decisões tomadas em contexto económico abrange vários períodos de tempo, o que faz com que seja indispensável o recurso a análises intertemporais (e.g., comportamentos de poupança, de consumo, de investimento).Nos estudos psicológicos sobre a escolha intertemporal, os participantes são normalmente confrontados com escolhas diádicas entre resultados menores mais cedo e resultados maiores mais tarde. Exemplos do terreno são consumir agora ou poupar para o futuro, e fumar agora ou viver em melhor saúde no futuro. Um exemplo de estudos laboratoriais é a escolha entre receber €100 agora ou €150 daqui a 1 ano. Neste trabalho, pretende-se contribuir para o estudo da escolha intertemporal, analisando as preferências dos indivíduos quando confrontados com escolhas triádicas. Exemplos do terreno são investir poupanças em aplicações de curto, médio ou longo 269A correspondência relativa a este artigo deverá ser enviada para: Marc Scholten.
De acordo com o modelo normativo da escolha intertemporal, o Modelo de Utilidade Descontada (Samuelson, 1937), a utilidade de uma consequência futura é descontada exponencialmente consoante o diferimento. Há âmpla evidência de que as pessoas não cumprem este pressuposto. Neste estudo, 280 sujeitos realizaram uma tarefa de emparelhamento (ou matching) de forma a verificar a presença de uma nova anomalia ao desconto exponencial, bem como quatro anomalias mais conhecidas na literatura: O efeito de diferimento, o efeito de magnitude, o efeito de sinal e a assimetria adiamento--adiantamento. A nova anomalia é uma interacção entre o enquadramento, o sinal, e o diferimento das consequências: Em ganhos, o efeito de diferimento é mais pronunciado num enquadramento de adiamento do que num enquadramento de adiantamento; em perdas, o inverso acontece. Todas as anomalias foram verificadas. Avançamos uma explicação do efeito interactivo em termos de sensibilidade decrescente a diferimentos. Palavras-chave:Adiamento-adiantamento, Diferimento, Escolha intertemporal, Interacção, Magnitude, Sinal. ENQUADRAMENTO TEÓRICO IntroduçãoAs escolhas intertemporais podem ser definidas como "decisões que envolvem um compromisso entre custos e benefícios que ocorrem em diferentes momentos" (Frederick, Loewenstein, & O'Donoghue, 2002) e apresentam-se como uma área de estudo particularmente abrangente, dado que a maior parte das decisões, económicas e não só, envolvem consequências diferidas. Como e quanto poupar ou investir, aceitar ou não uma proposta de emprego, o nível de escolaridade a obter ou o tipo de regime alimentar a seguir são alguns exemplos deste tipo de escolhas. Como tal, embora fruto de reflexão e consequente objecto de estudo da ciência económica, as escolhas intertemporais têm também vindo a ser abordadas em áreas como a saúde (Redelmeier
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