As cristas de praia são feições arenosas construídas pela ação das ondas que marcam posições pretéritas da linha de costa, em função de flutuações no nível do mar e condições de aporte sedimentar, sendo comumente encontradas nas áreas de influência de deltas dominados por ondas. Recentemente elas têm sido datadas pelo método da Luminescência Opticamente Estimulada (LOE), o que tem permitido a reconstrução paleogeográfica de planícies costeiras durante o Quaternário. Além disso, essas cristas também podem ser utilizadas como paleoindicadores de variações do nível do mar. No delta do rio Paraíba do Sul (RJ), os principais modelos de evolução geomorfológica foram construídos a partir de idades obtidas por radiocarbono, cujas cristas de praia nem sempre fornecem materiais para a datação. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é investigar a geocronologia das cristas de praia do delta do rio Paraíba do Sul, a partir do método da LOE. Foram coletadas 11 amostras no flanco norte do delta, e 10 amostras no flanco sul. Todas as amostras foram analisadas a partir do Protocolo SAR, com 15 alíquotas cada. Os resultados corroboraram muitas discussões anteriormente debatidas, a partir de idades estabelecidas por radiocarbano. Porém, os novos resultados de idades LOE estabelecidos diretamente a partir das cristas de praia levantaram novas questões acerca da evolução do delta. No flanco norte, a idade N3 (4.130 ± 580 anos) marca o início da progradação da planície, como resposta ao aporte sedimentar do rio Paraíba do Sul e a diminuição do nível relativo do mar após o Máximo Transgressivo do Holoceno. Os dados geomorfológicos e topográficos mostram que essa progradação foi gerada a partir de regressão forçada. As idades N1 (38.650±3.170 anos) e N2 (9.400±1.300 anos) mostram que o Pleistoceno Superior e a transição entre o Pleistoceno/Holoceno precisam ser melhor investigados. No flanco sul, a datação nas cristas próximas aos truncamentos erosivos sugere que os ciclos erosivos ou de interrupção da progradação podem ultrapassar um século. As estimativas das taxas de progradação mostram que as taxas foram mais rápidas no flanco sul do que o flanco norte, apresentando cerca de 5,0 m/ano e 3,0 m/ano, respectivamente. Esse resultado sugere a possibilidade de uma segunda fonte sedimentar, além do rio Paraíba do Sul, responsável pela construção da planície no flanco sul.
Resumo:A formação de barreiras arenosas é comum em deltas dominados por ondas, associada ao expressivo aporte sedimentar dos rios. Nesses ambientes é possível o desenvolvimento de barreiras do tipo spit, ilha-barreira e sistema barreira-laguna. Historicamente essas feições foram associadas ao desenvolvimento assimétrico dos deltas e ao papel da deriva litorânea. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é investigar a gênese e a morfodinâmica das barreiras arenosas que ocorrem no fl anco norte do delta do rio Paraíba do Sul, considerando aspectos relacionadas às porções submarina e emersa do delta. Foram calculados dados de ondas e sentido de transporte litorâneo; coletados perfi s batimétricos junto à costa, perfi s topográfi cos na barreira emersa e mapeamento em planta a partir de sensoriamento remoto sobre imagens de alta resolução espacial. Foi possível
Studies have shown that the impact of climate change, human and animal actions on coastal vegetation can turn stabilized dunes into active mobile dunes and vice versa. Yet, the driving factors that trigger vegetation changes in coastal dunes are still not fully understood. In the transgressive dunefields of the Younghusband Peninsula (south‐east coast of South Australia) historical aerial photographs show an increase in vegetation cover over the last ~70 years. This study attempts to identify the causes of the changes in vegetation cover (1949 to 2017) observed in a typical section of the coastal dune systems of the Peninsula. Vegetation cover was first estimated for various years using the available historical aerial photography (long‐term changes – 1949 to 2017) and recent satellite imagery (short‐term annual changes – 2010 to 2017) for the area, and then results were discussed against the observed changes in climatic variables and rabbit density, factors that could have played a role in this transformation. Results of long‐term changes show that the vegetation cover has increased significantly from 1949 to 2017, from less than 7% vegetation cover to almost 40%, increasing dune stabilization and forming parabolic dune systems. Periods with the largest growth in vegetation cover (1952‐1956 and 2009‐2013) coincide with a significant decline in rabbit numbers. Rabbit density was found to be the primary factor linked to the rapid vegetation growth and stabilization of the dunefield, for both decadal long‐term (last 68 years) and annual short‐term changes (last 8 years). Other factors such as changes in rainfall, aeolian sediment transport, land use practices, and the introduction of invasive plants have apparently played a limited to negligible role in this stabilization process. © 2018 John Wiley & Sons, Ltd.
Quaternary and Environmental Geosciences (2014) 05(2):155-165Papel da praia na proteção da costa e as alterações oceanográficas em diferentes escalas temporais AbstractThe wave field in deep waters is notable for its variability and dictates the energy that will be directed towards the coast. Morphological impacts on coastal environments depend on the magnitude of the meteorological and oceanographic forcings and the beach capabilities of absorbing this energy. In the analysis between Cape Frio and Cape Buzios, we considered the textural characteristics of the inner continental shelf from the analysis of 394 samples, the volumetric variability of 438 surveys along 17 beach profiles and characteristics of 69 storms between 2003 and 2013. Results showed that sedimentation in the nearshore, through the mean grain size parameter, reflects the areas with higher or lower wave energy. The results also indicated the occurrence of a "storm waves season" between April and September, and this is the main element associated with erosion of subaereal stock on beaches. A period with no occurrence of these storm waves the recovery of this subaereal sandy stock tend to occur. The different segments of beach show the greater or lesser magnitude of these effects, depending primarily on the orientation and exposure of each beach segment. Isolated storms with greater magnitude tend to promote severe erosion, especially if they occur at the beginning of this "season of storm waves".
Processos erosivos representam um risco para as áreas urbanizadas próximas à linha de costa. Com a finalidade de avaliar o grau de vulnerabilidade à erosão costeira, considerando um cenário de elevação do nível do mar para os próximos 50 anos (até 2060), um conjunto de técnicas, consistindo de comparação de fotos aéreas, levantamentos batimétricos e de perfis de praia, modelagem computacional de refração de ondas, caracterização morfodinâmica da praia, análise granulométrica da praia e antepraia e determinação do perfil de equilíbrio, foi aplicado num arco praial localizado entre a cidade de Rio das Ostras e a Ponta do Pai Vitório, no litoral do Estado do Rio de Janeiro. O arco praial é segmentado em dois semiarcos devido à presença de um promontório rochoso e a desembocadura de um rio junto à cidade de Barra de São João, sendo caracterizado por variados níveis de urbanização e distintos graus de exposição às ondas e ambientes morfodinamicamente diferenciados. Os resultados indicaram um desequilíbrio morfodinâmico em grande parte do arco praial e da antepraia entre Rio das Ostras e Barra de São João, justamente onde a urbanização se encontra mais próxima da praia. Uma projeção de recuo da costa para os próximos 50 anos, considerando a atual taxa de erosão e de elevação do nível do mar e mais a elevação do nível do mar prevista em função do incremento da taxa atual por efeito climático indicou recuos potenciais da ordem de 10 a 30m, o que representa um risco potencial para muitas das construções da orla costeira.
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