As duas disciplinas de ciência política e de science studies utilizam, ambas, as palavras “política” e “ciência”, mas em sentidos que parecem incomensuráveis. O artigo propõe explicar aos especialistas em ciências políticas o emprego, um pouco incomum, que é feito destes termos pelos praticantes dos estudos sobre as ciências, de modo a estabelecer um diálogo entre as duas disciplinas. Mostra em particular que apenas um sentido da palavra “ciência” (entre quatro) supõe um corte radical entre ciência e política (que pode tomar seis sentidos). Este esforço de esclarecimento realizado permitiria abandonar a ideia que existe duas áreas distintas (a ciência e a política) e permitiria às duas disciplinas colaborar qualificando os diferentes estados dos assuntos (issues) que formam a verdadeira substância das ciências assim como das políticas.
O objetivo deste artigo é apresentar uma análise, a partir dos resultados de uma pesquisa etnográfica em um Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) de Araraquara-SP, sobre os efeitos econômicos e sociais em escala maior, do trabalho na ponta, miúdo, da agência incumbida da efetivação do Programa Bolsa Família. Entende-se que esta pesquisa se viabilizou por uma abordagem latouriana do contexto de implementação do Programa: enquanto rede híbrida. O que se procurou foi seguir o rastro dos actantes e simetrizar sua perspectiva, supondo-se tomar um caminho ainda inexplorado nas pesquisas sobre o Programa, e contribuir assim para o entendimento de sua eficácia, limites e desdobramentos políticos.
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