Resumo: O presente artigo aborda a transexualidade, como parte da pluralidade do gênero, dentro da perspectiva da Teoria da Sedução Generalizada, de Jean Laplanche, a partir da qual analisamos a autobiografia de Joana Nolais. Discutimos o gênero como um dos conteúdos das mensagens enigmáticas provenientes do adulto, transmitidas à criança através dos cuidados básicos. Por serem enigmáticas, isto é, da ordem do sexual e, por isso, inconscientes também para o próprio adulto, tais mensagens são traumáticas por excelência, o que exigirá da criança um trabalho de tradução, auxiliada pelo sexo anatômico e a cultura, enquanto organizadores. Consideramos a transexualidade como uma das possíveis traduções do enigma do gênero do adulto efetuadas pela criança desde muito cedo.
A leitura sobre a diferença sexual ocupa lugar central nas teorias sobre a constituição subjetiva e na construção do falogocentrismo. Nosso objetivo nesse artigo é problematizar a leitura sobre a diferença sexual questionando o pressuposto falogocentrico como referência à elaboração da subjetividade, bem como, o binarismo e a hierarquia que ancoram o par masculino e feminino. Realizamos uma pesquisa qualitativa teórica na qual selecionamos obras de autores referenciados na psicanálise e analisamos as relações entre a diferença sexual e o sujeito, bem como, selecionamos obras de autores contemporâneos referenciados na psicanálise contemporânea e nos estudos feministas pós-estruturalistas considerando suas críticas ao falogocentrismo. Concluímos pela necessidade de questionar a separação entre natureza e cultura, corpo e simbólico, sexo e gênero, para colocar em bases críticas a leitura e o trabalho sobre a diferença sexual.
O presente artigo problematiza as práticas do sistema de justiça frente às mulheres vítimas de violências. Através de uma revisão narrativa foram selecionados oito artigos que se propõem a discutir e construir uma reflexão acerca do sistema de justiça e de que forma suas ações ultrapassam o limite da proteção para a revitimização. Foram encontrados subsídios teóricos que sustentam a afirmação de que o sistema patriarcal está intimamente ligado às condutas de justiça, sendo o sistema judiciário um dos principais mecanismos a alimentar o patriarcado. Seguindo essa lógica se faz necessário compreender os procedimentos de justiça e a violência produzida por estes, para que assim possamos repensar as práticas de justiça, a fim de evitar a potencialização da dor e possibilitar novas perspectivas de resolução de conflitos.
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