A atividade do homem no meio urbano, com a impermeabilização do solo, a retirada da cobertura vegetal e com os adensamentos das áreas centrais de forma inadequada, intervém no campo térmico urbano e causa o fenômeno ilhas de calor urbanas – ICU. O objeto ambiental urbano tem ênfase neste trabalho. A finalidade é identificar a compreensão do grau de influência de áreas verdes no microclima dos espaços residenciais no Plano Piloto, cidade de Brasília. Para isto, as áreas amostrais de Brasília DF, objeto do presente estudo, foram estudadas e comparadas considerando-as cenários urbanos provenientes de atividades antrópicas e má planejamento urbano, capazes de produzir alterações climáticas. Interessa-nos interpretar e mensurar as relações existentes entre os fatores determinantes do processo de formação das ICU em Brasília/DF, que está extensivamente exposta, segundo os aspectos históricos e geográficos, com destaque ao clima e a vegetação. O estudo do clima urbano compreende uma análise das temperaturas, das trocas térmicas, da presença de vegetação em áreas urbanas, da evapotranspiração e da morfologia urbana, levando também em consideração os materiais de superfície. Dentre as formas de monitoramento do fenômeno ilhas de calor, definiu-se pela utilização de imagens termais provenientes de sensoriamento remoto. Assim, para análise quantitativa, foram definidas três áreas do DF, segundo a disparidade de traçados e formas de ocupação do solo, além da observação de variáveis, geográficas, sociais, ambientais, urbanísticas e morfológicas. Entre os resultados preliminares as áreas mais aquecidas incluem não só as regiões mais adensadas, mas também áreas de solo exposto ou vegetação rasteira seca, em áreas pouco adensadas ou mesmo não ocupadas. Observamos que a presença ou ausência de vegetação diferencia a temperatura de áreas do Plano Piloto. Concluímos que o clima urbano pode ser influenciado segundo boas práticas de ocupação do solo, e refletimos que em relação ao campo térmico, a legislação que disciplina o uso e ocupação do solo deve ser revisada sob novos paradigmas.