Introdução: É comum, na rotina médico-veterinária, quadros emergenciais ocasionados por ingestão de corpos estranhos (CEs), que, por diversas vezes, findam em intervenção cirúrgica. Os sinais clínicos são inespecíficos, sendo evidenciado vômito, diarreia, desequilíbrios eletrolíticos, anorexia, dor a palpação abdominal, apatia ou inquietação. O diagnóstico se dá por meio de exame físico e anamnese, radiografia, ultrassonografia ou endoscopia. Após realizar a conduta préoperatória, a cirurgia por enterotomia é recomendada, dado que os casos de corpos estranhos são considerados emergências cirúrgicas. Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo relatar um caso cirúrgico de um paciente canino da raça Rottweiler de 4 meses de idade, que deu entrada em uma clínica em Varginha-MG no dia 21 de setembro de 2022, apresentando obstrução jejunal por corpo estranho linear. Metodologia: Diante da anamnese, foi obtido a informação de uma possível ingestão de um tecido de tapete encontrado rasgado na residência do responsável. No exame físico o animal apresentou dor à palpação em região epi, meso e hipogástrica, temperatura de 38,7°C, anorexia, hipodipsia, apatia e disquesia. Perante a suspeita de obstrução, foi solicitado hemograma, indicando processo inflamatório e ultrassonografia, o qual sugeriu a presença de um corpo estranho linear em porção jejunal e/ou intussuscepção. Dessa forma, o cirurgião optou por realizar uma laparotomia exploratória no mesmo dia, onde foi feita a enterotomia, exposição e retirada do corpo estranho. Principais resultados: O paciente possuía 4 meses de idade, sendo compatível com a faixa etária dos cães com obstrução por CE relatados nos trabalhos pesquisados. Os sinais clínicos inespecíficos observados em relatos se fizeram presente no caso em questão, bem como o plissamento e padrão em alvo de alças intestinais e alterações no hemograma. O procedimento cirúrgico foi realizado de acordo com a literatura, com o prognóstico favorável como os já citados em bibliografias, pela rápida abordagem e realização correta da técnica, sem complicações e com boa recuperação do paciente. Conclusão: Obstruções por CEL são recorrentes na rotina de clínicas veterinárias, as quais podem evoluir rapidamente com complicações sérias e levar o animal à óbito, devendo ser incluídas nos diagnósticos diferenciais para animais com o hábito de mastigar e ingerir objetos, bem como diante de sinais de anorexia, hipodipsia, apatia, disquesia, êmese e dor à palpação. O prognóstico depende da rápida intervenção cirúrgica, uma vez que culminará no estado clínico do paciente, interferindo diretamente na resposta trans e pós-operatória.