O presente artigo visa a explorar teoricamente o nível doméstico no programa de pesquisa do Realismo Neoclássico. Para tal, revisa-se o programa desde suas origens na década de 1990 até seu desenvolvimento mais atual, aqui analisado na obra de Ripsman, Lobell e Taliaferro (2016). Faz-se uma revisão crítica do emprego das variáveis domésticas, de maneira, aqui argumentada, indiscriminada e prejudicial ao futuro do programa de pesquisa. Ademais irá propor-se que o Realismo Neoclássico, como possível solução, reorganize as variáveis de nível doméstico empregadas em suas análises e construções teóricas, de maneira a dar primazia a variáveis mais ligadas à ontologia e epistemologia realista. Conclui-se que essa é uma maneira para superar as críticas feitas ao programa de pesquisa, que do ponto de vista do presente estudo, vem contribuindo decisivamente para o estudo da política internacional e pode continuar a fazê-lo. Abstract: The present paper aims at theoretically exploring the domestic level in the Neoclassical Realist research program. In order to do so, it analyzes the program since its origins in the 1990 towards its most recent development, expressed by the work of Ripsman, Lobell and Taliaferro (2016). A critical review of the employment of domestic variables is realized, arguing that they are introduced in a non-systematic manner and are an obstacle for the future of the research program. Beyond that, it will be proposed, that Neoclassical Realism, as a possible solution, reorganizes its domestic level variables employed in their analysis and theoretical constructions, in a manner of giving primacy to variables closer to the realist ontology and epistemology. The conclusion is that this is one way of overcoming the critics towards the research program, which from the perspective of this work, has been contributing decisively to the study of international politics and can keep doing so. Key-words: Neoclassical Realism; Domestic Variables; Realpolitik. Recebido em: junho/2019 Aprovado em: dezembro/2020
O presente estudo visa a explorar e discutir o Método Histórico Comparativo (MHC) como um método adequado para as Ciências Sociais em geral e para as Relações Internacionais, em particular. Para tal, o estudo abordará o MHC de maneira a delinear suas principais características, adequadas para estudos qualitativos de caráter small-n. Ademais, se abordará o process-tracing como ferramenta complementar ao MHC, auxiliando o pesquisador a auferir causalidade ao fenômeno estudado. Para uma melhor compreensão do método, se analisará a obra de Theda Skocpol, como exemplo de MHC e de rastreamento de processos na pesquisa qualitativa e na formulação teórica generalizável. Um diagrama de Venn será proposto para a obra da autora, com o objetivo de melhor demonstrar a utilização do MHC e do process-tracing.
Resumo: O presente artigo visa a analisar e explicar as diferenças na condução da política externa estadunidense para com o Irã dos governos de Barack Obama e Donald Trump. Para tal, recorrer-se-á a análise empírica da política externa dos dois governos. Ademais, conceitos uteis da disciplina de Análise de Política Externa e da Ciência Política serão utilizados. Ver-se-á que as limitações impostas à política externa de Obama, advêm da pressão política exercida por grupos de interesse domésticos. Elites importantes, principalmente aquelas ligadas a vertente neoconservadora da política estadunidense, ao mesmo tempo em que restringiram a atuação de Obama no cenário internacional, são base de apoio para a política externa de Donald Trump e de seu partido, o Partido Republicano. A ruptura na política externa feita por Trump, pode ser compreendida através da análise desses grupos, o que fica evidenciado no caso do Irã.
O presente estudo realiza uma análise comparativa entre a política externa de George W. Bush e de Donald Trump de forma a explicar as diferenças e semelhanças na implementação de uma doutrina de política externa entre ambos. Para tal, recorre-se ao estado da arte em Análise de Política Externa e Tomada de Decisão em Política Externa. Argumenta-se que a constituição de coalizões domésticas e a variação no Sistema Internacional explicam adequadamente a condução geral da política externa por um governo. O governo de George W. Bush, sustentado por uma coalizão coesa, necessária para a materialização de uma doutrina de política externa, é caracterizado pelo neoconservadorismo em sua atuação internacional. No presente estudo, sustenta-se que Donald Trump não possuí uma doutrina de política externa própria. Tal fato deve-se à dificuldade do governo de formar uma coalizão que consiga mobilizar a sociedade e extrair os recursos necessários em torno de uma estratégia bem definida. A ascensão da China e o retorno da Rússia como potências adversárias aprofunda ainda mais a disputa interna do establishment norte-americano dividido entre as estratégias de engagement e restraint.
O presente trabalho tem como objetivos: a) compreender o processo de ascensão do movimento neoconservador norte-americano e sua estratégia global de forma a compreender a Guerra do Iraque (2003-2011) a partir do contexto da Guerra ao Terror, protagonizada pela administração George W. Bush; e b) realizar um balanço do ônus da Guerra do Iraque para a economia dos Estados Unidos. Para tanto, o trabalho está dividido em três partes. A primeira debate a edificação do arquétipo do pensamento conservador na sociedade norte-americana. A segunda parte trata da Guerra do Iraque em si. A ascensão dos neoconservadores ao governo dos Estados Unidos e os atentados de 11/09 foram os eventos que significaram a possibilidade de colocar em prática o projeto de domínio do Oriente Médio e controle do petróleo no Golfo Pérsico, cumprindo vários objetivos necessários para a expansão do poder norte-americano. Entre esses objetivos encontram-se: a contenção da China e da Rússia no território asiático; o controle de recursos estratégicos como o petróleo; o posicionamento de bases militares em territórios chave; a intervenção em regimes contrários aos interesses norte-americano em todo o Oriente Médio; e o auxílio a aliados chave como Israel e Arábia Saudita no cenário geopolítico asiático. Por fim, faz-se um breve balanço das consequências do “atoleiro iraquiano” para a economia e sociedade dos EUA.
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