A utilização dos ecossistemas aquáticos para fins de lazer, diluição de resíduos líquidos e produção, promove interferências negativas que alteram a biota local. Os levantamentos de zooplânctons permitem detectar rapidamente alterações ambientais, visto que a poluição aquática cria um ambiente seletivo, provocando modificação na abundância e composição das comunidades zooplanctéicas, que respondem rapidamente às alterações no meio, devido ao seu curto ciclo de vida. O estudo objetivou inventariar e comparar a comunidade zooplânctonica em duas áreas distintas do rio Paraná, uma área de produção de peixes e outra não ocupada. As coletas foram realizadas mensalmente, com o auxílio de uma rede de plâncton de 68 µm. As amostras obtidas foram anestesiadas e reservadas em garrafas etiquetadas. Mediu-se os parâmetros físicos e químicos da água, como pH, transparência e o nível de turbidez. A identificação dos microrganismos foi realizada sob microscópio óptico utilizando-se chaves específicas. Observaram-se em ambas as áreas Copepoda, Cladocera e Rotifera. Na área de produção, encontrou-se Copepoda Diaptomus e Cyclops, Cladocera Alona, Camptocercus, Ceriodaphinia, Diaphanosoma, Dunhevedia e Simocephalus, e a variedade de Rotifera se mostrou em Philodina, Conochilus, Ascomorpha, Otostephanos, Mytilina, Collotheca e Keratella. Na área não ocupada, observou-se Copepoda Acartia, Diaptomus, Labidocera e Cyclops. Foram identificados em Cladocera Alona, Ceriodaphinia, Bosmina e Daphnia e Rotifera apenas Ptygura. Verificou-se que as condições ambientais dos locais estudados variam naturalmente, porém a ação antrópica também incentiva tais variações, o que interfere na estrutura das comunidades zooplanctéicas. No entanto, seria inviável diagnosticar o grau de trofia dos ecossistemas.