Este estudo analisou as vivências de prazer-sofrimento dos policiais militares de um batalhão da região Norte e como estas influem na execução de suas atividades. Os pressupostos teórico-metodológicos procederam da Psicodinâmica do Trabalho. Foram realizados seis encontros em grupo com a participação de 17 policiais, sendo 14 homens e três mulheres. As temáticas investigadas foram divididas em cinco eixos: condições precárias de trabalho; perfil do policial; reconhecimento dos pares, superiores e sociedade; prazer-sofrimento no trabalho; e defesas contra o sofrimento, interpretados a partir da análise temática. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade. Percebeu-se que a organização de trabalho desempenha papel importante nas vivências de prazer-sofrimento e que cooperação, reconhecimento, precarização, burocracia e os paradoxos da atividade policial interferem diretamente nesta dinâmica. O uso de estratégias defensivas, como a ironia e o humor, é responsável pela dicotomia entre ter que suportar o real no trabalho e não verbalizar o sofrimento, evidenciando alguns dos importantes paradigmas presentes na atividade militar estudada.
As transformações políticas e econômicas do estado brasileiro têm impactado diretamente nos investimentos na segurança pública do país. Situação que repercute negativamente na saúde do policial militar e favorece o sofrimento, expondo-o aos riscos físicos e psicossociais. Como objetivo o estudo buscou identificar nos artigos científicos brasileiros, publicados no período de 2008 a 2018, as implicações da organização e condições de trabalho nas vivências de prazer-sofrimento dos policiais militares e as repercussões à saúde física e mental. Utilizou-se as bases de dados: SciELO, Google Acadêmico, BDTD (Biblioteca Digital de Teses e Dissertações), Lilacs BVS e Periódicos Capes. Foram analisados vinte e quatro estudos. Observou-se que apesar dos policiais militares serem a principal barreira contra a criminalidade, o embate com a violência não é o fator protagonista das vivências que ressoam negativamente na vida desses indivíduos, os autores apontam para um adoecimento ligado a atual precarização do trabalho na Polícia Militar. Os constrangimentos advêm das condições de trabalho e da sua organização real de trabalho. O relato sobre o prazer no trabalho apareceu em estudos realizados com coletivos de policiamento especializado, o que sinaliza que as condições de trabalho diferenciadas propiciam um trabalho com vivências de prazer e ressignificação do sofrimento.
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