ResumoApresentam-se séries de taxas de câmbio nominais do mil-réis e do dólar frente à libra, e do mil-réis frente ao dólar. Para cada uma dessas relações, é construída uma série corrente, incluindo flutuações conjunturais, e outra de longo prazo, representando a tendência secular do câmbio. São discutidas as principais flutuações conjunturais combinadas do mil-réis e do dólar, e a vantagem do exame conjunto das oscilações e da tendência. O texto inclui quadros com as taxas cambiais anuais para as seis séries. Palavras-chave:Câmbio; Dólar; Estados Unidos; Preços de escravos.Desde Alfred Marshall, a distinção, teórica e a histórica, entre "curto prazo" e "longo prazo" sofre ao ser transposta para a realidade histórica. 2 Neste trabalho sobre taxas cambiais do mil-réis ao longo de pouco mais de um século, propomos um entendimento puramente empírico do problema, que desconsidera a lógica da abstração, para amalgamar, numa mesma sequência temporal, o tempo histórico e o teórico: nosso longo prazo cambial passa a ser a média móvel para a qual as taxas retornam após flutuações "excepcionais", isto é, aquelas fora desta média móvel.Partimos com o objetivo inicial de estimar uma série temporal de taxas entre o mil-réis e o dólar que proporcionassem uma referência para estudos comparativos entre o Brasil e os Estados Unidos, nos oitocentos, o que, entretanto, nos levou à percepção da necessidade de separarmos os movimentos cambiais mais permanentes (estruturais, 1 Versão anterior deste texto, Taxas cambiais do mil-réis contra o dólar , foi apresentada ao VII Congresso Brasileiro de História Econômica e 8ª Conferência Internacional de História de Empresas, Aracaju (SE), 2 a 5 de setembro de 2007. Agradeço os comentários subsequentes do professor Richard Graham.* Economista e mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).2 Empregando um conceito matemático, poderíamos dizer que o tempo teórico a que este "curto" e este "longo" se referem corre num eixo ortogonal ao tempo cronológico, histórico, pois depende da famigerada condição ceteris paribus, impossível de se combinar com a realidade histórica fora desta ortogonalidade abstrata. Traduzindo "ortogonal", podemos pensar que, de cada momento cronológico, parte uma linha "temporal" abstrata, levando do curto, ao médio e ao longo prazo, tudo sem sair do momento histórico original! o mil-réis e o dólar. Analogamente, outras comparações da economia brasileira, mediadas por transformações cambiais que utilizem a taxa mil-réis por libra, serão beneficiadas por uma análise que isole flutuações conjunturais da tendência de longo prazo do câmbio entre estas moedas. AbstractThree nominal exchange rate series are presented, for the mil-reis and the dollar in relation to sterling, and for the mil-reis in relation to the dollar. For each of these, two series are constructed: current rates and long-term rates, representing the secular tendency of these exchange rates. The main out-oftrend fluctuations of the mil-reis and the dollar are discussed, as well as...
O Censo de 1872 apresenta relevantes incoerências demográficas nas idades infantis. Identificamos esses problemas, para as freguesias do Município Neutro e da província do Rio de Janeiro, a partir da aplicação de padrões demográficos gerais: a razão de sexo ao nascer e as proporções entre o número de anos-pessoa vividos nas primeiras idades segundo a tábua de vida Brasil 1870-1890. Ficam claras, nessa faixa etária, as inconsistências nos dados entre os sexos e em cada sexo, nas proporções relativas entre as idades. Mostramos, além disso, a grande diversidade nas formas e intensidades dessas incoerências, freguesia a freguesia. Em consequência, cremos que qualquer análise historiográfica a partir dos dados do Censo de 1872 requer o ajuste prévio dos totais publicados para as idades infantis para se tornar minimamente precisa.
O texto usa o conceito de “revolução” cunhado por T.Kuhn com referências às ciências “duras”, para desenvolver, por analogia, os conceitos de “método em demografia histórica” e de “degraus metodológicos”, com os quais busca entender as diversas variantes metodológicas da demografia histórica. O método em demografia histórica fica definido por uma combinação de quatro componentes: um problema, as fontes escolhidaspara a análise, as técnicas de processamento dessas fontes e os resultados assim obtidos. Defende-se a validade desta definição a partir de um exame da criação da disciplina por L.Henry, para em seguida aplicá-la à obra de seus sucessores em Portugal e no Brasil. Ao contrário da evolução por contradições identificada por Kuhn nas ciências exatas, a evolução da demografia histórica se deu por modificações parciais e sem “revoluções” que destronassem sucessivos consensos vigentes. Houve, no entanto, clarasmodificações na escolha dos problemas, das fontes e das técnicas de tratamentos dos dados.
Cana-de-açúcar foi plantada em quase todo o território brasileiro, destinada à produção de açúcar, de aguardente e para consumo direto do caldo. Os levantamentos da população e da produção econômica realizados ao final do século XVIII pela coroa portuguesa em algumas freguesias fluminenses são as fontes que mais se aproximam das listas nominativas disponíveis para as capitanias de São Paulo, incluindo o atual Paraná, e Minas Gerais. Para o Rio de Janeiro, listam nominalmente somente os chefes de fogos, sendo os demais indivíduos apenas quantificados, juntamente com indicação das atividades produtivas que exercem. Apesar de sujeitos a várias prováveis omissões e imprecisões, os dados dessas fontes representam a informação mais detalhada, fogo a fogo, sobre o território fluminense em todo o período escravista. Analisamos o Mappa geral dos fogos (...) de 1797, que permite importantes conclusões sobre a composição desta população e suas atividades econômicas.
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