Resumo Embora existam muitas abordagens sobre a exposição ocupacional ao ruído, a análise da percepção individual do trabalhador e suas implicações sobre o seu comportamento constituem ainda um tema raramente abordado. Objetivando colaborar em minimizar esta lacuna, fez-se um levantamento do estado da arte das publicações que relacionam às variáveis que estariam associadas à exposição ao risco físico ruído no meio laboral com o uso do equipamento de proteção auditivo. Após, utilizou-se uma amostra de 278 trabalhadores industriais expostos a níveis de pressões sonoras superiores a 80 dB (A) para examinar a relação entre a percepção do ruído ocupacional e o uso do equipamento individual auditivo. A aplicação da técnica de análise fatorial a esses dados permitiu ainda quantificar efeitos diretos e indiretos de um conjunto de fatores sobre o uso do equipamento. Concluiu-se que a percepção da exposição ao risco do ruído pelos trabalhadores é um importante preditor sobre a decisão de uso do equipamento de proteção auditiva.

Análise estatística do risco de exposição ao ruído ocupacional pelo método da regressão múltipla Statistical analysis of occupational noise exposure risk by multiple regression method

Os diferentes fatores de duplicação de dose usados para avaliações da exposição ocupacional ao ruído, basicamente, são definidos segundo critérios de ordem legal ou de cunho prevencionista. Para o primeiro, no Brasil, adota-se o fator de duplicação de dose igual a 5 e, para o segundo critério, usa-se o valor igual a 3. Os audiodosímetros são capazes de apresentar o valor de dose em função do fator de duplicação de dose usado. Poucas marcas de dosímetros de ruído, especialmente aquelas de baixo valor comercial, fazem dosimetria simultânea com diferentes valores de taxa de duplicação de dose. Este trabalho visa apresentar um algoritmo que permita ao avaliador obter, mediante os dados de níveis sonoros armazenados pelo audiodosímetro, valores de dose em diferentes configurações da taxa de duplicação. O feito foi mostrado na avaliação audiodosimétrica realizada em um mecânico industrial. A configuração, inicialmente usada, adotou o valor 3 como taxa de troca e, após o algoritmo, foi possível obter o valor de dose adotando fator 5.