Transtornos mentais compõem uma parcela significativa das causas de óbito no mundo, com investimentos crescentes por parte das autoridades, principalmente após os avanços conquistados pela Reforma Psiquiátrica. Para que esse processo ocorra de maneira eficaz é essencial que médicos e enfermeiros estejam tecnicamente bem preparados para suprir essa demanda. O objetivo do estudo foi identificar a percepção de enfermeiros e médicos sobre o atendimento à pessoa com transtorno mental ofertado pela Estratégia Saúde da Família (ESF). Pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados entre agosto e setembro de 2016, junto a profissionais atuantes em ESF, no Oeste Paulista. Foram selecionados um enfermeiro e um médico de dez ESF, totalizando 20 participantes. O instrumento de coleta de dados foi um roteiro de entrevista semiestruturado. Os dados foram analisados por análise de conteúdo, modalidade temática. Emergiram evidências de que a equipe tem fragilidades conceituais sobre as atribuições da ESF na saúde mental e sentimento de impotência no atendimento motivado por insegurança profissional e sobrecarga de trabalho. Conclui-se que a implementação de ações que visem oferecer melhor preparo técnico aos profissionais e menor sobrecarga de trabalho possam gerar melhorias na qualidade do cuidado em saúde mental.