A relevância da agricultura familiar para o cenário socioeconômico é inquestionável, entretanto, há limitações que cerceiam o seu desenvolvimento. O objetivo do artigo é caracterizar os aspectos socioeconômicos da agricultura familiar da Associação de Hortifrutigranjeiros do município brasileiro de Mirassol D’Oeste, estado de Mato Grosso, vinculada a perspectiva do desenvolvimento rural. O estudo partiu da revisão do estado de arte, levantamento de dados secundários e documentais, e no estudo de caso a partir de entrevistas semiestruturadas com 26 agricultores vinculados a Associação. Combinaram-se as técnicas qualitativas, desde a análise de conteúdo, e quantitativas, com base na estatística descritiva. A agricultura estudada é heterogênea enquanto ao contexto histórico familiar, que migraram de distintos territórios até Mirassol D’Oeste, dando um “novo começo à vida” a partir da ruralidade e da constituição de laços sociais e/ou matrimoniais. O perfil etário se caracteriza como adulta, encaminhando-se para um envelhecimento rural, o que muito provavelmente afetará a sucessão familiar. Encontraram-se alguns indicativos de uma “masculinização rural”, cabendo as mulheres as atividades “mais leves” e afazeres domésticos. O acesso a políticas é limitado, o nível de escolaridade é baixo, assim como a renda familiar, essencialmente da agropecuária, mas com um aporte desde a força de trabalho da mulher como doméstica. Constatou-se uma diversificação produtiva e inserção comercial a partir das feiras livres. A análise nos possibilita a discussão de políticas públicas que poderiam ser desenhadas considerando as particularidades do território, conciliando um desenho que fomente o desenvolvimento rural da agricultura familiar.
Objetivou-se investigar a atuação das mulheres na agricultura familiar de Mirassol D’Oeste/MT, a partir do estudo de caso da Associação de Hortifrutigranjeiros. O delineamento da pesquisa é qualitativo. Foi realizado a pesquisa bibliográfica, análise de documentos de órgãos oficiais, coleta de dados através de formulários composto por perguntas abertas e fechadas, a utilização de máquina fotográfica para o registro dos lugares visitados. Para obtenção de informações sobre o número de mulheres na Associação foram realizadas visitas à Secretaria municipal de Agricultura, cujo cadastro estava desatualizado. A pesquisa foi realizada com as mulheres na Associação por meio de entrevista semiestruturada, com auxílio de formulário. Os dados foram tabulados e gerados as frequências absoluta e relativa. Verificou-se que a burocracia das políticas públicas e a incipiência da assistência técnica agrícola dificultam o acesso as políticas específicas, como o Programa Nacional da Agricultura Familiar-Mulher. Além disso, às agricultoras da Associação de Hortifrutigranjeiros almejam a organização documental para que possam coletivamente, propor projetos que contemplem as necessidades do grupo e, consequentemente, oferecer melhores produtos para comercialização na feira municipal. Concluiu-se que por meio da produção oriunda da agricultura familiar as mulheres da Associação de Hortifrutigranjeiros contribuem na renda familiar, contudo necessitam melhorar a organização da associação para acessarem as políticas públicas.
O objetivo do artigo pautou-se em caracterizar os aspectos socioeconômicos e ambientais das mulheres rurais organizadas na Associação de Hortifrutigranjeiros de Mirassol D’Oeste/MT, partindo da temática de autodeterminação do público feminino nos espaços rurais. A investigação, qualitativa, foi delineada a partir do estudo de caso com sete entrevistas semiestruturadas. A autodeterminação perpassa pelo fomento de políticas públicas que fortaleçam os aspectos sociais, econômicos e ambientais, e para isso se faz necessário (i) uma pré-disposição desde os gestores públicos em desenhar políticas ao público feminino e promovê-las, (ii) e das mulheres rurais de reivindicar seus direitos e impor-se na sociedade, particularmente no processo de desenvolvimento rural sustentável.
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