As enteroparasitoses têm se mostrado um sério problema de saúde pública no Brasil e no mundo. O processo de transmissão fecal-oral dessas doenças facilita sua disseminação por meio de alimentos. Este trabalho teve como objetivos avaliar a ocorrência de contaminação parasitária em manipuladores de alimentos de restaurantes de médio e grande porte na cidade de Parnaíba, Piauí, e discutir a influência destes na transmissão de parasitoses. Foram analisadas amostras fecais de 251 indivíduos na faixa etária entre 20 e 59 anos, segundo os métodos de Hoffman, Pons & Janer e de Willis. Foram aplicados questionários estruturados sobre os aspectos socioeconômicos e sanitários dos indivíduos. A análise estatística dos resultados foi realizada pelos testes exato de Fischer e qui-quadrado para identificar associações entre as variáveis com nível de significância de 5%. O índice de positividade para parasitos nas amostras foi de 51% (129 amostras), sendo identificados casos de poliparasitismo. Entre os protozoários foram encontrados: Entamoeba coli (38%), Endolimax nana (26%), Entamoeba histolytica/E. dispar (17%), Iodamoeba bustchlii (8%). Entre os helmintos: Ascaris lumbricoides (48%), ancilostomídeos (19%), Enterobius vermicularis (13%), Strongyloides stercolaris (10%), Hymenolepis nana (6%) e Taenia spp (4%). Verificou-se elevada prevalência (51%) de enteroparasitoses em manipuladores de alimentos, com predominância significativa (p<0,05) de protozooses (74%) sobre helmintíases (26%).
Atualmente, o consumo de alimentos in natura tem aumentado devido à busca por uma alimentação mais saudável pela população. Entretanto, a qualidade destes alimentos em relação à sanidade microbiológica é um fator preocupante, pois a ingestão de verduras cruas pode ser um importante meio de transmissão de enteroparasitas. Este estudo avaliou a contaminação parasitária de verduras coletadas e comercializadas em hortas, feiras-livres, supermercados e restaurantes na cidade de Parnaíba, Piauí. Foram analisadas 404 amostras de hortaliças frescas. Destas, 36 foram coletadas em hortas, 120 em feiras-livres, 120 em supermercados locais e 128 em restaurantes (64 amostras pré-manipuladas e 64 pós-manipuladas). As hortaliças foram homogeneizadas com água destilada e submetidas à sedimentação por 24 horas. O sedimento foi examinado sob microscopia de luz. Foram encontradas contaminações por parasitas em 53% das amostras de hortaliças com diferenças significativas entre os locais de coleta (p<0,05). Os parasitas Entamoeba coli, Endolimax nana e larvas de Strongyloides spp foram os mais frequentes. A presença de protozoários foi significativamente maior em comparação aos helmintos (p<0,05). O tipo de adubo na plantação, o uso e o tipo de sanitizantes em restaurantes e o armazenamento sob refrigeração foram fatores com influência significativa sobre as taxas de parasitoses encontradas (p<0,05). Houve uma alta taxa de contaminação por parasitas das hortaliças coletadas em hortas, feiras-livres, supermercados e restaurantes do município de Parnaíba, Piauí. O adubo, o uso de sanitizantes e a forma de armazenamento foram fatores de risco correlacionados com a contaminação.
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