Objetivou-se estudar as representações sociais de 51 brasileiros, 37 do sexo feminino e 14 do sexo masculino, migrantes residentes na cidade de Genebra, Suíça, sobre qualidade de vida e migração. Utilizou-se um teste de associação livre de palavras. Os dados apreendidos foram processados pelo software Tri-Deux-Mots e analisados por meio da análise fatorial de correspondência. Os resultados evidenciaram que as variáveis sexo e tempo de migração contribuíram com valores mais elevados para o significado dos fatores. Observaram-se nos diferentes grupos similitudes e diferenças de conteúdos representacionais, que colocam em evidência uma comunicação e orientação de condutas de acordo com as variáveis sociodemográficas circunscritas, favorecendo sua identidade e comprovando sua função justificadora.
O movimento de populações, de pessoas mais ou menos organizadas, é fenômenos tão antigos como a humanidade, mas a migração de milhões de pessoas, nos dias de hoje, está se convertendo em um processo com níveis de estresse tão intensos que superam a sua capacidade de adaptação. Este estudo objetiva avaliar a saúde mental e analisar as representações sociais sobre os construtos imigração, imigrante, saúde mental e futuro de imigrantes brasileiros residentes na cidade de Genebra/Suíça. O estudo é exploratório e trabalha com abordagem multimétodo, com uma amostra de 266 participantes submetidos ao questionário biosociodemográfico, ao instrumento de Scrining Self-Reporting Questionnaire e à entrevista semidirigida. Os dados dos questionários foram analisados através do pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS.for Windows.16), utilizando-se a estatística descritiva e inferencial e os conteúdos das entrevistas pela análise de conteúdo de Bardin (1997/2002). Os resultados demonstraram que a variável tempo de imigração favoreceu o aparecimento de déficits na saúde mental dos participantes. O presente estudo permitiu concluir que, nesse contexto de imigrações internacionais, as representações sociais dos imigrantes e a sua saúde mental são influenciadas, proporcionalmente, pela duração ou pelo tempo da imigração.
Atualmente, o termo “qualidade de vida” vem se tornando parte de interesse crescente para profissionais e pesquisadores dos mais variados espaços do conhecimento humano, especialmente nos serviços de saúde, junto a profissionais e usuários. O objetivo deste artigo é apresentar os resultados de uma investigação sobre as representações sociais dos profissionais da saúde acerca da qualidade de vida e de suas práticas nos serviços públicos. Trata-se de um estudo exploratório desenvolvido na cidade de João Pessoa/PB, ancorado na teoria das representações sociais e instrumentalizado pela entrevista semi-estruturada. Os dados coletados foram processados e analisados pela técnica de análise de conteúdo temática, de Bardin (2002), e mensurados por categorias que revelaram as dimensões objetivas e subjetivas dessa representação. No tocante ao atendimento público, evidenciou-se uma associação direta com as dificuldades e entraves que o serviço público apresenta e com a pequena valorização que recebe da sociedade e de seus órgãos gestores.
Este artigo apresenta e discute aspetos multidimensionais e interativos do contexto imigratório internacional, relativos à cidadania, direitos humanos, saúde e qualidade de vida, de mulheres brasileiras imigrantes que vivem em situação migratória irregular na cidade de Genebra (Suíça), acompanhadas deseus filhos menores. Trata-se de uma pesquisa multimétodo, desenvolvida à luz da teoria das representações sociais e da clínica e psicossociologia da saúde, utilizando a entrevista enquanto dispositivo enunciativo fundamental, delineando-se uma permanente articulação entre observação, reflexão, diálogo e análise. Os resultados evidenciam que a imigração está relacionada com motivoslaborais/econômicos, com informações de redes sociais e de parentes ou amigos já imigrantes naquela cidade. Embora as participantes considerem como positiva a sua decisão de imigrar, a totalidade delas revelou inúmeras e diferentes dificuldades, designadamente: de adaptação, isolamento, exploração, sofrimento psicológico, choro frequente, irritabilidade e intolerância com os seus filhos, insônias, dores musculares, ansiedades e medos quanto ao seu presente e futuro e o de seus filhos. Com os direitos e cidadania aprisionados pela sua situação de ilegalidade e de seus filhos, hipotecam os seus direitos, vivemsob o anonimato, o medo e a ameaça da deportação. Conclui-se que o estresse, o medo e a ansiedade constantes vivenciados no país dito de acolhimento, comprometem a saúde física e emocional e o bemestar do núcleo familiar. Sugerem-se estudos mais amplos com o intuito de um conhecimento maisaprofundado das famílias imigrantes vivendo em situação irregular.
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