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Este trabalho teve como principal motivação, conhecer os aspectos sociais, ambientais e econômicos, inerentes à produção da farinha de mandioca na Comunidade Quilombola do Cuxiú, Bonito-PA, Amazônia. Na tentativa de alcançar esse objetivo geral sob a visão holística da sustentabilidade, definiram-se cinco objetivos específicos: a) Verificar entraves e potencialidades na produção de farinha na comunidade quilombola; b) Acompanhar a dinâmica social do beneficiamento da mandioca, dentro do cotidiano quilombola; c) Identificar a forma de descarte de resíduos provenientes do beneficiamento da mandioca; e) Identificar aspectos econômicos da produção de farinha de mandioca. As ferramentas utilizadas para a coleta de dados fora aplicação de formulários semiestruturados, entrevistas abertas e observações com registros audiovisuais. Através dos resultados obtidos, baseado na percepção dos comunitários foi analisada a importância da produção farinha como fator de reprodução social dos comunitários, bem como uma avaliação parcial dos aspectos ambientais referentes a atividade, pontuando possíveis impactos ambientais e ainda conhecer a forma de comercialização da farinha de mandioca pelos comunitários. A atividade de farinha historicamente acompanhou o processo de implantação e desenvolvimento da comunidade, garantindo a subsistência no campo e ressaltando a solidariedade e as relações de mutualidade entre o povo quilombola. Fatores como a disponibilidade de emprego no campo para os comunitários e o baixo nível de evasão, caracterizam a comunidade como socialmente sustentável. Enquanto isso, a simbiose entre a comunidade e os recursos naturais demonstra o interesse das famílias em manter o ecossistema local preservado e a necessidade de aprimorar as formas de produção na lavoura, sobretudo para melhorar o beneficiamento da farinha de mandioca. Portanto, a sustentabilidade econômica precisa ser aperfeiçoada através de novos nichos de mercado para escoar a produção da farinha de mandioca e melhorias na infraestrutura das casas de farinha para aumentar a obtenção de renda e a qualidade da farinha, produto tão importante para o desenvolvimento sustentável regional das comunidades tradicionais.
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