O fenômeno nomeado de infodemia expôs o cenário de confrontação de políticos populistas de extrema-direita contra evidências científicas no tratamento e controle da Covid-19 por meio das redes sociais digitais. Tais narrativas são marcadas por crenças e posicionamentos político-ideológicos colocados em antagonismos. Este artigo busca mapear e analisar os argumentos do atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, sobre a vacinação contra Covid-19 proferidos no Twitter. Utilizando as estratégias de legitimação de Van Leeuween (2007), sistematizadas por Recuero (2019, 2020), analisamos 19 postagens sobre o assunto publicadas no perfil oficial de Bolsonaro para compreender as suas formas de argumentação em relação à vacina contra Covid-19, a maneira com que ele transforma uma vacinação em uma disputa político-ideológica e como ele faz do Twitter um espaço de confrontação. Em nossa investigação, observamos que o presidente, baseado em uma lógica populista e neoliberal, se utiliza principalmente das estratégias de autorização e racionalidade para construir a narrativa de que o indivíduo tem a liberdade de escolher se vacinar ou não
Este artigo tem como objetivo principal, a partir de uma perspectiva etnográfica, analisar como determinados usuários do Sistema Único de Saúde consomem e fazem circular informações sobre vacinação, e se confiam ou não nelas. Realizamos diversas entrevistas com pessoas à espera de se vacinar contra a febre amarela no final de 2017. Por meio das entrevistas numa situação tão particular, observamos algumas mudanças sensíveis no regime de verdade contemporâneo. Concluímos que as redes de comunicação on-line se hibridizam com outros processos de socialização existentes, especialmente com as crenças religiosas, o que nos fez entender que a confiança nas informações circulantes é mais da ordem da convicção do que da persuasão.
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