A pancreatite aguda (PA) é uma patologia de causa multifatorial, caracterizada por um ataque inflamatório ao pâncreas de início súbito. A classificação de Atlanta a divide em forma leve, moderada e grave, sendo esta última o principal foco do presente estudo. A PA grave está associada a um alto índice de mortalidade, visto que leva à falência orgânica e complicações locais, como necrose. A fisiopatologia da PA consiste na ativação intracelular de zimogênios, liberação de citocinas inflamatórias e lesão vascular. Sintomas como dor súbita e intensa em epigástrio, náuseas e febre, são sugestivos e, se associado a marcadores laboratoriais e exames de imagem, podem confirmar o diagnóstico de PA. O tratamento clínico é fundamentado em medicamentos para supressão de sintomas, nutrição enteral, oxigenoterapia e reposição de fluidos. Entretanto, para coleções infectadas ou sintomáticas - após tratamento conservador duradouro - a intervenção cirúrgica é indicada. A necrosectomia aberta é a técnica tradicional, porém, abordagens menos invasivas têm sido aplicadas, como a laparoscópica, percutânea e endoscópica, apresentando menores taxas de complicações e mortalidade. As complicações pós-operatórias podem se dividir em precoces, como hemorragias e perfurações, e tardias, como hérnias de parede abdominal, distúrbio funcional do pâncreas e fístulas pancreato cutâneas, entéricas e colônicas. Sendo assim, as novas técnicas parecem produzir melhores resultados, entretanto, novos estudos ainda são necessários para determinar sua eficácia, custo-benefício e qualidade de vida.