Este artigo tem como objetivo analisar como a criatividade é produzida e expressada nas produções subjetivas de um aluno da educação de jovens e adultos nos processos de aprendizagem. Procuramos compreender a educação de jovens e adultos nas suas idiossincrasias pedagógicas e culturais a partir da Teoria da Subjetividade de González Rey. Como metodologia, utilizamos a Metodologia Construtivo-Interpretativa. O caso discutido evidencia a importância da criatividade e da imaginação como funções de desenvolvimento subjetivo, relacionadas ao desenvolvimento de sentidos subjetivos de individualização e visão de futuro, em relação aos processos de aprendizagem em diferentes espaços.
Este trabalho apresenta um recorte da dissertação intitulada "Criatividade e aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos: discussões a partir da Teoria da Subjetividade" (2019) e discute as relações entre a expressão de certas configurações criativas de um aluno da EJA e o tensionamento social que esses adultos produzem ao se colocarem na condição de alunos e de produtores de conhecimento, lugar que muitas vezes, durante a sua trajetória de vida, lhe foi negado pelas condições da sociedade. A perspectiva epistemológica que embasa o trabalho é a Epistemologia Qualitativa de González Rey (1999). As discussões sobre a subjetividade de González Rey na Teoria da Subjetividade na perspectiva cultural-histórica nos fundamentam ao trazer a trajetória individual e histórica do indivíduo como central para a produção subjetiva. Nesse sentido, entendemos a aprendizagem também como um processo subjetivo; ou seja, ligado à trajetória de vida do aluno. Nesse sentido, nossa concepção de criatividade se relaciona às discussões de Mitjáns Martinez (1997) sobre os aspectos subjetivos e personológicos da mesma, a entendendo como um conjunto de configurações subjetivas que entreveem a ação criativa. Como resultados do trabalho, percebemos que a criatividade nos espaços de aprendizagem não emerge de maiores condições cognitivas, mas sim de contextos de vida específicos e, dessa forma, se expressa, nesse aluno em especial, também como uma forma de tensionamento da subjetividade social que o marca negativamente. Por fim, percebemos uma falta de hierarquia entre processos criativos formais ou informais para os participantes, tendo ambos muito valor para os mesmos pela sua capacidade de tensionamento com a subjetividade social. Introdução Esse trabalho é um recorte da dissertação intitulada "Criatividade e aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos: discussões a partir da Teoria da Subjetividade" (2019). Considerando o público da EJA (Educação de Jovens e Adultos) e sua origem social muitas vezes marginalizada e suas trajetórias escolares truncadas, esse trabalho articula as configurações criativas de um aluno em relação à aprendizagem com o tensionamento social como expressão dessas configurações.
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