O presente trabalho busca analisar as principais transformações e permanências relacionadas ao fenômeno do turismo de segunda residência frente ao contexto da pandemia do Sars-Cov-2 no Brasil, entendida aqui como elemento acelerador de processos que já vinham sendo experienciados pelo fenômeno antes da crise sanitária. Parte-se do entendimento de que as chamadas residências secundárias, sua espacialização e as dinâmicas a elas atreladas se expressam por meio de uma imbricada relação de fatores e contradições socioespaciais. Nesse sentido, em que pese a ocorrência de transformações quanto ao uso das residências secundárias, verifica-se que essa prática continua a convergir para uma, cada vez maior, possibilidade de ganhos financeiros e para uma maior desigualdade e segregação socioespacial. Os resultados demonstram que a pandemia tem tido papel relevante na aceleração desses processos. Tomam-se, como casos exemplares da investigação, dois importantes balneários turísticos litorâneos, onde há forte incidência de residências secundárias, Bertioga/SP e Armação dos Búzios/RJ, que, pela proximidade às duas principais metrópoles nacionais, São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, mantêm com estas fortes relações concernentes ao turismo. As análises, fundamentalmente qualitativas, são complementadas por dados quantitativos relacionados ao fenômeno em estudo, subsidiando as inferências e as interpretações dos achados.
BEIL, Isabella Maria. Heritage, tourism and sustainable development: a critical analysis on the creation of geoparks in Brazil. Dissertação (Mestrado em
O Programa Internacional de Geociências e Geoparques (IGGP) da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) foi oficializado em 2015. Conforme as diretrizes da UNESCO, um geoparque é uma área com limites bem definidos que engloba bens e sítios de relevância geológica internacional e promove a importância de sua proteção. Contudo, esta não é uma designação legislativa de conservação da natureza ou do patrimônio, fato que desperta o questionamento de qual é o real propósito de sua criação e quais os seus diferenciais em relação ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), principais mecanismos brasileiros de proteção da natureza e do patrimônio. O objetivo desse artigo é analisar as relações entre um geoparque, o SNUC e o IPHAN, buscando apreender as convergências e divergências entre estas partes. Para tal, partiremos de um breve histórico do conceito de geoparque para, em seguida, focar no cenário brasileiro, com um estudo de caso do Geopark Araripe, no Ceará. Observamos que o conceito de geoparque ainda está se expandindo no Brasil, fato que colabora para que a relação entre ele e os demais mecanismos nacionais não esteja evidente. Assim, a relação que se estabelecerá entre um geoparque e outros mecanismos de proteção da natureza e do patrimônio está pautada nos diálogos e parcerias locais. Por fim, entende-se que o diferencial de um geoparque é ter como cerne a criação de um projeto de desenvolvimento territorial sustentável.Palavras-chave: Geoparque. Natureza. Patrimônio. SNUC. IPHAN.
O patrimônio geológico, entendido como um conceito emergente, tem se ampliado consideravelmente no debate acadêmico desde a década de 1990. Entretanto, é comumente abordado como um objeto autônomo a outras categorias patrimoniais, como a natural e a cultural. Além disso, permanecem constantes as tentativas de torná-lo mais integrado à sociedade em geral, buscando modos de “traduzir” a linguagem geológica ao público leigo. Levando essas problemáticas em consideração, este artigo possui como objetivo discutir o conceito de patrimônio geológico e seus significados, propondo uma interpretação que ressalte os seus vínculos e conexões com o chamado patrimônio cultural e que o considere para além do objeto geológico em si. Para cumprir esse objetivo, o artigo está baseado em uma investigação teórica e qualitativa que parte de uma retomada histórica sobre o termo “patrimônio” e busca em suas raízes dados para pensar o modo que este é interpretado contemporaneamente. Em seguida, é explorada a emergência do patrimônio geológico e suas profundas relações e convergências com o chamado patrimônio cultural. Por fim, é exposta uma breve recuperação da experiência brasileira com a chancela de Paisagem Cultural e sua afinidade com as temáticas dos Geoparques e do patrimônio geológico.
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