Este estudo teve como objetivo identificar a dependência espacial das taxas de detecção de hanseníase na população geral e em menores de 15 anos com a proporção de migração, no estado do Pará. Foi realizada pesquisa com desenho de estudo ecológico em uma série histórica de casos de novos de hanseníase, entre os anos de 2006 a 2015, a partir de do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos Notificáveis do Ministério da Saúde, referentes ao Estado. A evolução temporal da taxa de detecção geral, padronizada pela idade, apresentada geograficamente, identificou um corredor de muito hiperendemicidade, no sentido Sudoeste-Sudeste do Estado e dois aglomerados de municípios, também de muito hiperendemicidade, na fronteira com os estados do Tocantins e do Maranhão. A análise espacial demonstrou que as taxas médias na população em geral e em menores de 15 anos e a proporção de migração apresentaram autocorrelação espacial positiva, permitindo identificar clusters localizados nas áreas Sudeste, Sudoeste, Centro Norte e Nordeste do Estado. Nessas áreas estão concentrados os projetos de exploração mineral e de agropecuária e foram construídas duas Usinas Hidroelétricas nas décadas de 1960 e 2000, sendo favorecidas por rede viária e ferroviária consolidada que é usada para o escoamento dos produtos e para o intenso fluxo migratório das pessoas. Esta pesquisa evidencia que a hanseníase apresenta alta magnitude com característica de transmissão e que os 2/3 da área territorial que expressam hiperendemicidade, a destacando como sério problema de saúde pública no estado do Pará.
Objetivo: Analisar a tendência da detecção da hanseníase, na população em geral, nas Mesorregiões do estado do Pará, Brasil, no período de 2004 a 2018. Métodos: Estudo ecológico exploratório utilizando o banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram incluídos os casos de hanseníase residentes no estado de Pará. Estudadas 57.537 notificações de caso, considerando as variáveis: sexo, raça/cor da pele, idade, escolaridade, município de residência, ano da detecção da doença, classificações por forma clínica e operacional. Resultados: As maiores proporções de detecção foram observadas nas Mesorregiões Sudoeste Paraense (63,76%), Baixo Amazonas (62,94%), Sudeste Paraense (60,65%) e Marajó (60,15%). O risco para a manutenção da transmissão da doença esteve presente nas Mesorregiões Sudeste Paraense (1.476,98/100.000hab.) e Sudoeste Paraense (1.218,42/100.000hab.). A forma clínica dimorfa predominou na notificação, seguida pela forma indeterminada. A distribuição geográfica evidenciou que 2/3 do Estado apresentou área hiperendêmica, com altas taxas, envolvendo as Mesorregiões Sudeste Paraense (97,58/100 mil hab.), Sudoeste Paraense (83,19/100 mil hab.) e Marajó (84,17/100 mil hab.). Conclusão: O estudo da hanseníase no estado do Pará aponta comportamento não homogêneo e condições desfavoráveis para o controle, identificando a necessidade urgente de estratégias para tornar eficazes as ações de controle da doença.
Introdução: Há mais de cinco décadas, o câncer de estômago (CE) iniciou um declínio da taxa de mortalidade nos países desenvolvidos. Entretanto, em países em desenvolvimento, como o Brasil, o câncer é um importante problema de saúde pública, principalmente no Estado do Pará, onde esta taxa apresenta valores acima da média brasileira. Objetivos: O presente estudo tem como objetivo descrever a taxa de mortalidade relacionada ao CE em Belém-PA entre os anos de 2014 e 2019. Material e métodos: Trata-se de uma análise estatística descritiva, em que o cálculo da taxa de mortalidade do CE será realizado: número de óbitos x 1000/ número de habitantes. Para isso, serão utilizados dados obtidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), e nas bases de dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Para a padronização da análise, será utilizado o programa Microsoft Excel®. Resultados: Conforme dados do DATASUS, o número total de óbitos no município citado, para o período em estudo, foi de 1063. A taxa de mortalidade geral foi de 0,71. Em relação à distribuição dos óbitos por sexo, houve o número de 656 para homens e 407 para mulheres, perfazendo as taxas de mortalidade de 0,44 e 0,27, respectivamente. No que diz respeito à faixa etária, a população idosa apresentou os maiores índices. Foram 267 óbitos entre 60 e 69 anos (0,18) e 289 entre 70 e 79 anos (0,19). Estes valores são fomentados pelo aumento da faixa etária como um fator importante nestes casos, devido ao maior tempo de exposição a outros fatores de risco. Conclusão: A presente pesquisa destaca a alta taxa de mortalidade do CE no Estado do Pará, a qual se encontra em discrepância em relação às observadas em outras áreas do Brasil. Em razão disso, expõe-se a necessidade de realização de outros estudos.
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